São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 1996 |
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Família quer indenização
FÁBIO GUIBU
"Meu filho não volta mais, mas ele vai ter que pagar pelo que fez", disse à Folha o pai do operário, o agricultor Elias Barbosa de Oliveira, 55. "Filho de ministro é gente igual a nós", afirmou. O agricultor disse que está revoltado com Klein e seu filho porque eles não socorreram a vítima após o acidente. "Foi uma falta de respeito muito grande.". Para o agricultor, Klein "tinha obrigação" de levar Júnior ao hospital mesmo que ele já estivesse morto. "Como é que ele vai pedir agora para que os outros façam o que ele não fez?" Enterro Júnior foi enterrado ontem às 11h, no cemitério de Silvestre, município de Tavares (PB). O corpo chegou à cidade às 3h30 e foi velado no Sítio Mata Verde, onde moram os pais e dois irmãos dele, Jailson, 13, e Rogério, 15. O enterro mobilizou as comunidades local e da cidade vizinha de Afogados da Ingazeira, em Pernambuco, onde o operário nasceu. Segundo a família, "mil pessoas" participaram da cerimônia. Júnior era o mais velho de seis irmãos. Morava em Brasília havia sete anos, e seu primeiro trabalho foi o de jardineiro. "Eu não tenho salário, vivo na roça, e o dinheiro que ele mandava era para a gente fazer a feira. E agora, como é que fica?", disse o pai. A morte do operário foi a segunda ocorrida na família em menos de um mês. No dia 21 de julho, a avó dele, Rita Maria da Conceição, também morreu em Brasília, vítima de derrame cerebral. Oliveira e a mulher, Maria de Lourdes Marais, temem agora pela sorte de outros dois filhos, Sandro, 17, e Maria Gorete, 23, que também moram em Brasília. Texto Anterior: Ministro decide se fica, diz FHC Próximo Texto: Festa comemorava 1º emprego Índice |
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