São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 1996
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PPB e PMDB juntos

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Herdeiros diretos dos antigos partidos do regime militar, o PPB (antiga Arena) e o PMDB (ex-MDB) criaram armadilhas internas idênticas para o caso da reeleição.
Os dois partidos decidiram em suas convenções nacionais que não discutem a reeleição neste ano. Se for o caso, só a partir de 97.
Os presidentes das duas agremiações, o deputado Paes de Andrade (PMDB-CE) e o senador Esperidião Amin (PPB-SC), nunca se esquecem de citar as decisões das suas convenções nacionais. Principalmente quando alguém fala das intenções do governo de começar a votar a emenda da reeleição antes do final deste ano.
O governo quer votar a emenda na Câmara neste ano. E terminar o processo no Senado no ano que vem.
Paes de Andrade costuma guardar uma cópia da ata da Convenção Nacional do PMDB na primeira gaveta do lado direito de sua escrivaninha.
"Aí está. Registrado em ata", mostra Paes a quem ousa falar sobre votar a reeleição ainda neste ano.
O PMDB tem 97 deputados. O PPB tem 91. Juntos, esses 188 parlamentares formam um bloco quase intransponível para o governo. Isso, é claro, se todos obedecerem à decisão de suas convenções partidárias.
No caso do PMDB, Paes diz que a decisão da convenção partidária é tão importante que "impede até a indicação dos parlamentares para a comissão que analisará a reeleição".
"Se não respeitarmos a convenção, estaremos jogando na lata do lixo a principal instância deliberativa do partido", raciocina Paes.
Já no PPB, Esperidião Amin é mais flexível. Se for procurado por alguém do governo, "o assunto poderia ser apresentado na Executiva", diz. Em seguida, seria preciso "uma convenção para revogar a decisão anterior".
Ou seja, também no PPB, apesar da posição mais pragmática de seu presidente, não será muito fácil a reeleição ser apreciada neste ano.
Por tudo isso, parece estar um pouco distante o sonho tucano de garantir logo a reeleição de FHC.

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