São Paulo, quinta-feira, 15 de agosto de 1996 |
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Especialistas defendem desarmamento
ANDRÉ LOZANO
"Temos de implantar o desarmamento total na cidade", diz o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Jairo Fonseca. Segundo dados da OAB, 85% dos homicídios e 95% dos assaltos, estupros e sequestros em São Paulo são realizados com arma de fogo. "Mas a arma não é perigosa somente nas mãos dos bandidos, ela é perigosa também para o cidadão, que pensa que está se protegendo", afirma Fonseca. Segundo ele, estudos da OAB mostram que de cada 16 vítimas que reagem a assaltos com armas de fogo, 15 são mortas e apenas uma sobrevive. Criminalização do porte Paulo Sérgio Pinheiro, do Núcleo de Estudos da Violência, acha necessário, além da campanha de desarmamento, a criminalização do porte ilegal de arma, que hoje é uma contravenção penal. "Além disso, é preciso coibir o crime organizado e o narcotráfico." Para a presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, Maria Inês Bierrembach, a violência será controlada quando os Institutos de Criminalística forem desvinculados da Polícia Civil. "A autonomia das perícias proporcionaria investigações mais rigorosas", diz ela. Já o ex-secretário de Segurança Pública Antonio Corrêa Meyer acha que o problema da violência só vai ser superado "com investimentos maciços em segurança" e se houver um programa conjunto entre Estados e União para o combate ao tráfico de drogas, "que é uma das fontes da criminalidade". O juiz-corregedor da Polícia Judiciária de São Paulo, Francisco José Galvão Bruno, também considera necessário "investimento de grande monta em segurança". Texto Anterior: Interior quer municipalizar Próximo Texto: Dobra movimento no disque-ladrão Índice |
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