São Paulo, quinta-feira, 15 de agosto de 1996
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Indústria e comércio apóiam protesto

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a FCESP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) estarão representadas no protesto contra o desemprego marcado para hoje, às 17h, pela Força Sindical.
O presidente da FCESP, Abram Szajman, disse que comparecerá pessoalmente ao ato, segundo o presidente da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros.
Já o presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, pode ter problemas de agenda, mas garantiu a presença de um representante da entidade, disse Medeiros.
O ato, no Palácio do Trabalhador, centro de São Paulo, também vai prestar solidariedade ao presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
O sindicalista foi ferido na quinta-feira passada em invasão ao Ministério da Fazenda, no centro de São Paulo, um protesto contra 2.500 demissões no grupo têxtil Vicunha e na metalúrgica Sofunge.
"Acho importante não apenas prestar solidariedade ao Paulinho, mas também se mobilizar contra o desemprego", disse Mario Bernardini, vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, que também pretende comparecer ao ato da Força Sindical.
Segundo ele, "se o Plano Real está mesmo causando desemprego, é necessário mudar o Plano Real".
Bernardini disse que a Fiesp e o Ciesp têm preocupação constante com a queda no emprego.
Mas ele pretende relançar a discussão sobre o assunto na próxima reunião da direção das entidades, na segunda-feira.
"A indústria continua demitindo e isso reflete negativamente na imagem da Fiesp e da Ciesp. Mas não adianta esconder o fato que as empresas paulistas estão sem recursos e encolhendo", afirmou.
Para ele, o desemprego na indústria não é consequência inevitável do aumento da produtividade com a globalização.
"A concorrência desigual com importados não é inevitável", disse Mario Bernardini.
Segundo o empresário, "muita gente que perde emprego vai pedir esmola e acaba virando marginal. É preciso menos miséria e não mais polícia na rua."
Também devem participar do protesto o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil e da Confederação Geral dos Trabalhadores, entre outras entidades.
Em Brasília
O desemprego em São Paulo também será tema de reunião em Brasília entre a Força Sindical e os ministros do Trabalho, Paulo Paiva, e do Planejamento, Antonio Kandir, pela manhã.
O encontro foi marcado na última sexta-feira e possibilitou a desocupação da sede do Ministério da Fazenda pelos desempregados.
A Força Sindical quer incentivos à exportação, mudança nas alíquotas de importação, crédito à indústria e ampliação do pagamento do seguro-desemprego.

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