São Paulo, quinta-feira, 15 de agosto de 1996
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Clint parodia Clint

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Bronco -dono de um circo do Oeste, caubói sem causa num mundo em que os valores que representa tornaram-se um ornamento-, limita-se a carregar a ausência de mito, a protagonizar qiproquós.
Ele é o médium de um espírito que até busca se materializar nele, mas parece em definitivo arrancado do mundo.
Daí "Bronco Billy", o filme, mostrar um Oeste moderno e triste. Podemos até rir, mas o riso acaba travado no vácuo circense do personagem. Bronco não é a paródia do herói que Clint encarnou tantas vezes.
O Oeste moderno, em que os valores do faroeste só existem como fantasmas, ou miragem, este sim é uma paródia do Oeste em que se forjaram os valores da América. Ele é que leva o personagem no arrastão.
Se este é o destaque do dia, merecem chance, igualmente, "Exótica", de Atom Egoyan (Telecine, 0h45) e "Paris Está em Chamas" (Telecine, 4h), de René Clément, filmes exibidos há poucos dias.
(IA)

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