São Paulo, quinta-feira, 15 de agosto de 1996
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Acidentes ministeriais

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - FHC não queria mudanças em seu ministério nos primeiros dois anos de governo. Hoje, um ano e sete meses e meio depois da posse, a história é outra.
Com a saída de Odacir Klein (Transportes), já são sete os auxiliares com o status de ministro que abandonaram a Esplanada. FHC também criou duas pastas extraordinárias -para cuidar da reforma agrária e da coordenação política.
Em resumo, se comparado ao time apresentado no dia 1º de janeiro de 1995, o ministério atual tem nove nomes novos. Na posse de FHC, eram 28 ministros. Hoje, são 30.
Além disso, está em gestação uma reforma ministerial. As trocas devem acontecer em algum momento entre outubro e início de 97.
Será uma reforma para dar uma conformação mais adequada às forças políticas que devem emergir das eleições municipais. E também para que o presidente consiga aprovar a reeleição com mais facilidade no Congresso.
Em certa medida, o acidente em que Odacir Klein se envolveu serviu para antecipar sua saída. O ex-ministro dos Transportes já estava num grupo de descartáveis para o final deste ano, segundo assessores tucanos.
Pelo menos outros cinco ministros atuais são comumente apontados como passíveis de perder a cadeira. São eles Adib Jatene (Saúde), Bresser Pereira (Administração), Nelson Jobim (Justiça), Raimundo Brito (Minas e Energia) e Reinhold Stephanes (Previdência).
Nem todos os que deixarem os cargos serão demitidos. Alguns estão insatisfeitos. Disseram isso ao presidente. Sairão, como se diz, a pedido.
Pois bem, se forem confirmadas pelos menos essas cinco defecções no ministério, FHC terá então trocado 12 auxiliares de primeiro escalão em dois anos de mandato.
Isso para não contar o presidente do Banco Central, que já é o segundo.
Para um governo que pretendia acabar com a dança das cadeiras no ministério, o desempenho tucano ficou longe do programado por FHC.

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