São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 1996
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Universitário é acusado por morte

DA FOLHA SUDESTE

O estudante do terceiro ano da Faculdade de Medicina de Jundiaí (60 km de SP) Rogério Bozelli Dutra, 24, foi morto na madrugada de ontem com dois tiros na cabeça durante uma discussão no estacionamento do bar Tequila, um dos mais movimentados da cidade.
O acusado do crime é Cleuber José de Barros, terceiro-sargento do Exército e estudante do segundo ano de direito da Faculdade Anchieta, também em Jundiaí.
Barros foi preso ontem em sua casa pelos investigadores da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) e confessou o crime, segundo a polícia.
O outro rapaz que estava com ele, Marcelo Tufani de Oliveira, 24, também estudante do segundo ano de direito, foi localizado e será apresentado à delegacia por seu pai, que é advogado.
Barros está preso e não pode falar com a imprensa. A Folha não conseguiu falar com Oliveira ontem em sua casa.
Discussão
"Dois rapazes desconhecidos começaram a brigar com meu irmão e três amigos. Eles foram colocados para fora, mas os esperaram no estacionamento", disse.
Segundo Rodrigo, seu irmão tentava separar a briga entre um de seus amigos e Oliveira, quando Barros disparou dois tiros. A arma, de acordo com a polícia, foi encontrada enterrada no quintal da casa de Barros.
Segundo amigos da vítima, Rogério não bebia e era calmo. "Ele conhecia todo mundo e vivia organizando festas", disse Iramaia Abud Machado, 27, do sexto ano.
Segundo a namorada, Ana Cristina Dias, 23, Rogério, também conhecido como Boy, gostava de ajudar os outros. "Quando via um acidente de carro na estrada parava sempre para ver se podia fazer alguma coisa", disse.
O delegado da DIG, Fernando Manuel Bardi, 31, disse que todos os envolvidos no crime haviam ingerido bebidas alcoólicas, mas nenhum deles assumiu estar embriagado. Segundo o delegado, Barros não entrou com a arma no bar.
"Ele disse que pegou o revólver no carro depois."
Para o proprietário do Café Tequila, Eduardo Altran Chagas, 25, a segurança em seu estabelecimento é suficiente. O bar, que fica no centro, é frequentado pela classe média alta da cidade.
"Como não posso determinar quem entra no bar, estou sujeito a esse tipo de pessoas", disse. Chagas disse que a segurança no bar, a partir de agora, será reforçada.
Segundo o delegado, Barros, apesar de ser militar, será julgado pela Justiça comum, pois estava de folga e a arma estava registrada em seu nome.

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