São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 1996
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Rapaz nega ter ateado fogo

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O adolescente F.L.F.P., 17, negou ter ateado fogo no advogado Hélio Falchi. Filho de um contador e morador da Pompéia (zona oeste), ele disse que fez apenas dois assaltos em sua vida. "Eu assumo o que faço."
F.L.F.P. afirmou nunca fez roleta-russa nos assaltos do qual participou. "Eu era o cara que dirigia os carros na fuga."
Leia, a seguir, trechos de sua entrevista no Depatri (Departamento de Investigações de Crimes Patrimoniais).
Folha - Você foi reconhecido por testemunhas do assalto à casa do advogado Hélio Falchi. Você participou desse crime?
F.L.F.P. - Eu não estou nessa parada. Jamais ia botar fogo em alguém. Eu sou inocente.
Folha - Você já participou de algum tipo de crime?
F.L.F.P - Eu fiz dois roubos a residências no final do ano passado. Entrei nessa por causa de uma dívida que eu tinha com um cara. O carro dele estava comigo quando foi apreendido pela polícia.
A polícia afirma que o grupo do qual você participava fazia roleta-russa com as vítimas. Você participou disso?
F.L.F.P. - Não sei se alguém fazia isso. Eu não entrava nas casas. Sempre fiquei dentro do carro para fazer o 'cavalo' (dirigir durante a fuga).
Folha - O que aconteceu com seus amigos
F.L.F.P. - O Sebão, o Bocão e o Márcio morreram em tiroteios quando estavam fazendo outros roubos.
Folha - Como vocês se conheceram?
F.L.F.P. - Todo mundo morava na Pompéia. Havia uma turma pesada no bairro. Eu cheguei a experimentar drogas, mas não usava.
Folha - Você cometeu algum crime depois de ter sido preso no começo deste ano?
F.L.F.P. - Não. Depois da prisão e depois da morte dos meus amigos, eu parei. Estou estudando e faço a 6ª série. Também estou trabalhando em uma empresa perto de casa.
Folha - Você está arrependido de ter participado daqueles roubos?
F.L.F.P. - Eu estou. Foi tudo coisa de moleque irresponsável. Quando fui preso da outra vez, contei tudo para a polícia. Não havia o que esconder, eu tinha participado dos roubos, mas agora sou inocente.
(MG)

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