São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 1996
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Mais de mil cidades têm só um banco

Em 60,7% dos municípios não há concorrência

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A concorrência entre os bancos, considerada pelo governo o mecanismo para conter a alta dos recém-liberados preços da tarifas, só existe em 39,3% dos municípios brasileiros.
Segundo dados do Banco Central, 1.526 municípios possuem apenas uma agência bancária -e os bancos presentes exercem uma espécie de "monopólio" local.
Somando os 1.668 não atendidos por bancos, não há concorrência em 3.194 municípios -ou 60,7% de um total de 5.260 no país.
Os bancos determinam o preço máximo das tarifas. Nas agências, os gerentes têm flexibilidade para reduzir os valores.
No caso dos locais onde apenas uma agência opera, a predominância é de bancos estatais.
Mas o Banco do Brasil, por exemplo, sozinho em 531 cidades, acompanhou o mercado no aumento de tarifas.
Entre os seis principais "monopolistas" do país, três são estaduais (MG, SP e PR) e dois são privados -além do federal BB.
Bemge (222 municípios), Banespa (93) e Banestado (84) lideram nas regiões Sul e Sudeste, onde a tarefa de abrir bancos no interior é tradicionalmente desempenhada pelos próprios Estados.
Já no Nordeste, o BB é o único banco em 393 localidades. Bradesco e Bamerindus têm o "monopólio" de 77 cidades cada.
A diferença está no perfil regional. O Bradesco se concentra na região Sudeste, especialmente em São Paulo (26) e Minas (24). Já o Bamerindus tem presença forte no Centro-Oeste (31), no Norte (23) e no Sul (16 municípios).

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