São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 1996 |
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Seguro compensa atleta da violência
MARCELO DAMATO
Esse tipo de apólice, inédita no Brasil, foi criada pela AGF Brasil Seguros, empresa brasileira controlada pela AGF, francesa. A comercialização começou nesta semana para jogadores do Palmeiras e Corinthians. Cerca de 30 atletas já assinaram. Nas próximas semanas, será apresentado aos atletas de todo o Estado começando por São Paulo, Portuguesa e Santos. A responsável pela apólice é a E. Martinelli Corretora de Valores. Segundo Eduardo Martinelli, dono da corretora, a idéia de criar esse seguro partiu do Sindicato de Atletas Profissionais do Estado de São Paulo (Sapesp), presidido pelo ex-goleiro Rinaldo José Martorelli. Diária Segundo Martinelli, esse novo seguro é uma adaptação do feito para cobrir lucros cessantes de profissionais liberais. "Se um cirurgião quebra o braço num acidente, não pode trabalhar e perde sua fonte de renda. Se tiver um seguro, recebe uma diária." Para os futebolistas, a diária varia de R$ 30,00 a R$ 300,00, durante até 120 dias por ano. Em caso de morte, invalidez profissional ou invalidez permanente por acidente ou doença, o jogador recebe de R$ 10 mil a R$ 100 mil. A mensalidade do seguro custa entre R$ 17,00 e R$ 170,00. Para fazê-lo ou recebê-lo, o atleta não precisa ser titular, nem mesmo ter contrato. A única exigência é não ter problemas físicos quando assinar com a seguradora. Risco Martorelli afirmou que a idéia é antiga, mas os bancos resistiam por temer o risco. Para aumentar a segurança, o sindicato entrou como co-responsável pelo atleta. Pelo acordo, a entidade deve atestar que os candidatos ao seguro são profissionais. E, em caso de acidente ou doença, também deve dar um parecer aprovando o pedido do jogador. "É para evitar que alguém tente receber o seguro sem ter direito a ele", afirmou Martinelli. Num hipotético caso de fraude, o sindicato é tão responsável quanto o atleta. Pela participação, a entidade recebe 10% do dinheiro arrecadado com esse seguro. Outros esportes Apesar de atingir atualmente apenas São Paulo, o seguro deve ser estendido para os demais Estados. "Vamos contatar os outros sindicatos. Acho que a aceitação será boa como aqui." Martorelli disse que esportistas de basquete e vôlei já mostraram interesse. Martinelli afirmou que o fato de eles serem oficialmente amadores é um empecilho, que pode ser contornado. "Mas tudo deve ser feito com o sindicato." Próximo Texto: Corintianos querem que clube pague pelo seguro Índice |
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