São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 1996 |
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Restaurante Inominato reproduz ar de osteria
JOSIMAR MELO
O ponto existe há quatro anos. Sempre na Vila Mariana, mas com uma cara de que já passou por seis reformas. Ele se espreme em um pequeno salão, com apenas 36 lugares. A sensação não é de aperto, é calorosa. Tudo tem um ar antigo, como as tradicionais osterias. Zan começou trabalhando no bufê de sua mãe. Depois foi concessionário da lanchonete central da USP. O Inominato ganhou inequívoco ar italiano, um cardápio mais longo que o necessário (com enormes capítulos de filés e frangos); e, principalmente, perfil de restaurante honesto. São características que aparecem na sua atenção com os clientes; na generosidade dos pratos (e na oferta de servi-los também em meia porção); no esforço de colocar receitas diferentes no cardápio; nas simpáticas imersões por pratos triviais; na promoção de vinhos brasileiros de pequenos produtores (Miolo, Valduga, Amadeu) -e nos preços honestos (dos vinhos inclusive). Suas massas secas são importadas; os molhos tradicionais são servidos ao lado de outros da casa (como ravioli com páprica picante, spaghetti com funghi e limão). As sugestões do chef costumam combinar, no mesmo prato, uma massa e uma carne (como spaghetti na manteiga com filé à milanesa; penne aos quatro queijos com filé com mostarda). Sugestões de outras nacionalidades, com incursões pelo trivial brasileiro, vão da dobradinha à portuguesa ao virado à paulista. A simplicidade no ambiente e no serviço não precisa necessariamente se refletir na cozinha, onde imperam procedimentos ainda ingênuos, principalmente nos molhos engrossados ou misturados aleatoriamente (branco, mostarda, au poivre). Uma mão mais leve no preparo ajudaria a tornar ainda mais compensatória a visita ao bravo Inominato. Texto Anterior: Crianças vão aos restaurantes de NY Próximo Texto: Inominato Osteria Índice |
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