São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 1996 |
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Cacá tem estréia de gala
INÁCIO ARAUJO
Eles se impõem como uma evidência. Neste filme de estréia do diretor existe, primeiro, um tom inequívoco do primeiro cinema novo, essa sensação de que uma imagem do Brasil estava se descobrindo (ou se formando) naquele momento. Há uma certa rusticidade no filme, como se a captação do instante fosse o central, como se tudo mais fosse apenas decorrência do registro imediato do real. Mas existe, também, a tensão de cada plano, coincidindo com a tensão da própria trama. Existe ainda Anecy Rocha, conferindo existência ao seu personagem, carregando-o de dramaticidade, dando vida à história da moça que chega ao Rio em busca de seu namorado (já sumido no submundo). Enfim, neste filme pobre (pela produção) não se joga a carta do miserabilismo, mas a da beleza. Mesmo que os destinos não sejam róseos, o que os norteia e os justifica é a capacidade de serem belos, densamente, às vezes atrozmente. Vale lembrar, para quem ficar acordado, que às 4h15, no Telecine, entra "Os Quatro Batutas". Outra estréia (a dos Irmãos Marx no cinema), a mesma sensação de brio. Aqui no caos anarco-marxista. É uma madrugada irretocável. (IA) Texto Anterior: Desempregados vão criar o Reabre São Paulo! Próximo Texto: Acerto; Nem por 1 milhão; Vaidade masculina; Inovação Índice |
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