São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 1996
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"For Ever Mozart" leva Godard até Sarajevo

Diretor finaliza novo filme

JEAN-MICHEL FRODON
DO "LIBÉRATION"

É um retorno atravessado, um "efeito espelho" por acaso e por necessidade, como se urdem e se nutrem as obras dos grandes artistas, as de Jean-Luc Godard mas do que as de outros.
Um artigo de Philippe Sollers sobre Marivaux, publicado no "Monde des livres", foi de certo modo o ponto de partida de "For Ever Mozart".
No filme há a Europa e a Europa. A Europa ocidental ou do norte, norte por noroeste, transbordando de dinheiro, de obscenidade e de poder, e a Europa do sul, do leste e da guerra.
Os que ficam, os velhos, os que possuem meios, vão fazer cultura, um Grande Filme Europeu, que se assemelha a eles e se intitula "Le Boléro fatal". Tráficos, humilhações, traições.
"O título vem de um projeto que deveria partir de um concerto de Keith Jarrett". Mas são pontos de partida; mais tarde outros elementos interferem.
A grande produção a cuja fabricação se assiste em 'For Ever Mozart' se chama 'Le Boléro Fatal'. Encontrei esse nome em 'Cahier de Sarajevo', de Juan Goytisolo. Os franceses vivem na França; a França vive em mim. Hoje em dia muitas pessoas vivem no cinema, mas não há mais ninguém em quem o cinema ainda viva."

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