São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 1996
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Palavra-chave de Bob Dole é confiabilidade

Candidato discursa

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O discurso que Bob Dole preparou durante 3 meses e 24 dias para aceitar a candidatura da oposição à Presidência dos EUA foi centrado na noção de "confiabilidade".
Marcado para ter início às 19h30 de ontem (23h30 em Brasília) e durar 40 minutos, o texto tinha como objetivo convencer os norte-americanos de que Dole, ao contrário de seu adversário, o presidente Bill Clinton, é um político em que a nação pode confiar.
A infância pobre durante a recessão dos anos 30 em Kansas, Meio-Oeste dos EUA, sua condição de herói da Segunda Guerra Mundial que até hoje carrega no corpo as marcas de sua coragem e os 45 anos de carreira pública sem que ninguém jamais o tenha acusado de corrupção embasam essa confiabilidade, segundo Dole.
Desde 22 de abril, quando o escritor e editorialista do "The Wall Street Journal" Mark Helprin lhe apresentou um esboço do discurso com 40 páginas de extensão, Dole tem dedicado pelo menos duas horas por dia a seu refinamento.
Ontem, ele passou a manhã toda ensaiando-o no plenário da convenção nacional do Partido Republicano, em San Diego, Califórnia.
Conhecido como orador fraco, Dole disse que deixaria o discurso para a mulher, Elizabeth, que na véspera eletrizou a audiência.
O candidato ainda vacilava em aceitar a sugestão da mulher de pegar o microfone de mão e passear entre os convencionais, como ela mesmo fizera, com sucesso.
Além de enfatizar suas próprias qualidades morais, o discurso de Dole também detalhou o pacote econômico que será o cerne de sua eventual administração do país.
Ele quer reduzir em 15%, na média, os impostos dos cidadãos e empresas e, ainda assim, zerar o déficit público federal até 2002.
É um projeto tão audacioso que 68% dos entrevistados em pesquisa divulgada pela rede ABC disseram duvidar que qualquer presidente consiga realizá-lo.
A mesma pesquisa mostra pela primeira vez a diferença entre Clinton, 49, e Dole, 73, dentro da margem de erro, na possibilidade de Ross Perot concorrer.

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