São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 1996
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SUBIDA EXPRESSIVA

Pesquisa do Datafolha que este jornal publica hoje revela novo e expressivo salto de Celso Pitta (PPB) na disputa pela prefeitura paulistana. O candidato do prefeito Paulo Maluf quase dobrou o percentual de intenções de voto em apenas três semanas, passando de 19%, em 23/24 de julho, para 35% agora.
É claro que sempre vale ressaltar que pesquisa não é o resultado final, é apenas um retrato do momento. De todo modo, o desempenho de Pitta é expressivo e é claro que se deve fundamentalmente a seu padrinho político, o prefeito Paulo Maluf.
Goste-se ou não, abriu-se a perspectiva de que Maluf obtenha um resultado que contraria a lógica eleitoral paulistana dos anos recentes.
Nas três eleições na cidade, desde a volta dos pleitos diretos, em 1985, os candidatos patrocinados pelos governos municipal e estadual foram derrotados. Em 85, Jânio Quadros elegeu-se contra o senador Fernando Henrique Cardoso, candidato do prefeito Mário Covas e do governador Franco Montoro.
Três anos depois, Luiza Erundina (PT) elegeu-se contra o prefeito Jânio Quadros e o governador Orestes Quércia. Por fim, em 1992, foi a vez de Paulo Maluf derrotar a prefeita Luiza Erundina e o governador Luiz Antonio Fleury Filho.
Agora, ao contrário, Maluf tem chances reais de fazer o seu sucessor.
É evidente que essa possibilidade decorre de um festival de obras de prioridade discutível, do uso abusivo do marketing e pessoal e de uma obsessão quase patológica pelo poder.
Para uma importante fatia do eleitorado, esses defeitos, embora visíveis a olho nu, parecem ter se transformado em qualidades.
Se as urnas de outubro confirmarem essa expectativa, estará nascendo (ou renascendo) uma forte candidatura presidencial, com todas as implicações decorrentes.

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