São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 1996
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Violência; Reage São Paulo; Rodízio; Distorções; Resultado do jogo; Benefícios defasados; Lanterna na proa

Violência
"Somos solidários com os familiares e amigos dos jovens barbaramente assassinados e estamos à sua inteira disposição para lutarmos juntos por providências e reparações.
Mas achamos injusto que voltem sua revolta contra d. Paulo Evaristo Arns. Se os direitos humanos -que defendem a vida, o direito de todos à segurança e as vítimas de crimes- fossem respeitados em São Paulo, a violência estaria reprimida.
D. Paulo não pode ser responsabilizado pela impunidade, pela impotência do Judiciário e pela ineficiência gritante dos sistemas policiais, que agravam a violência e o crime no Brasil."
Paulo Sérgio Pinheiro, diretor da Comissão Teotônio Vilela de Direitos Humanos (São Paulo, SP)
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"Não concordo com as conclusões articuladas pelo sr. Luiz Carlos dos Santos ('Painel do Leitor', 14/8) quando alega ingenuamente que o sr. d. Paulo Evaristo não é o grande culpado pela violência na cidade de São Paulo, pois realizar missa em homenagem a bandido e outras atitudes com a mesma finalidade nada mais são do que incentivar a criminalidade."
Jorge Massad (São Paulo, SP)

Reage São Paulo
"Parabenizo a Folha pela reportagem sobre o movimento Reage São Paulo.
Aproveito para comentar a declaração do assessor da Cúria Metropolitana de São Paulo, padre Fernando Altemeyer Júnior, que teme um movimento com 'ódio no coração'.
Assim como o padre Fernando, a população desta cidade é 'a favor de campanhas que atinjam as raízes da violência', mas como não dispõe de meios para 'acabar com a distribuição de crack' -e nem é de sua competência-, resolveu se manifestar por meio do branco da paz.
Não se trata de uma 'brincadeira'. Não se trata de 'xingar os direitos humanos', mas, sim, de respeitá-los."
Dora Assumpção (São Paulo, SP)

Rodízio
"Mesmo sem querer, Fábio Feldmann fez um favor a São Paulo.
O rodízio de carros tinha a finalidade de diminuir a poluição na cidade, mesmo com a liberação dos incômodos caminhões. Na verdade, o que melhorou foi o trânsito. E muito. Nem parece São Paulo.
O rodízio deve ser adotado definitivamente. O que significa o sacrifício de ter que arrumar uma carona uma vez por semana quando isso trará um melhor astral para todos?"
Gustavo Sette da Rocha (São Paulo, SP)
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"Notícia estampada na primeira página da Folha de 12/8: 'Reviravolta em SP muda planos para campanha'/'José Serra prepara dossiê com denúncias contra Celso Pitta'.
Senhor José Serra, procure com seus assessores avaliar se essa reviravolta não está sendo causada mais pelo rodízio do que por merecimento dos outros candidatos.
Alguém irá pagar pelo rodízio que estão impondo a nós paulistanos, e na atual conjuntura esse alguém é o senhor, que é do partido do sr. Feldmann."
Claudio Soares Perez (São Paulo, SP)

Distorções
"Tendo sido entrevistado pelo jornalista Mario Cesar Carvalho no dia 8/8, durante o blecaute ocorrido nos Jardins e à luz de velas, venho informar que as minhas declarações foram totalmente distorcidas.
Quando ele escreve: 'Pode tudo, vale o desejo do casal', é uma expressão que pode dar uma conotação de que o médico esterileuta pode fazer tudo certo ou errado, dentro da técnica de reprodução assistida. Essas palavras nunca foram ditas por mim e eu jamais as diria.
Além de ex-assistente da Unicamp, tenho título de doutor em ciências médicas pela USP, de livre docente de ginecologia obstetrícia da PUC de Campinas, sou ex-professor titular de ginecologia obstetrícia da PUC de Campinas e jamais afirmei que as normas do Conselho Federal de Medicina são cientificamente equivocadas, pois tive o privilégio de estudar e dar a minha contribuição ao anteprojeto em São Paulo, antes da sua redação final."
Milton S. Nakamura (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Mario Cesar Carvalho - Nenhuma frase ou informação do ginecologista Milton Nakamura foi distorcida.

Resultado do jogo
"Bola fora para a Folha. Na edição de domingo, 28/7, a capa do caderno Atlanta-96 não deu manchete para o ouro e prata ganhos pelo vôlei feminino de praia na disputa Brasil x Brasil, no dia anterior, em momento histórico.
Foi a primeira medalha de ouro conquistada pelo Brasil nos jogos de Atlanta e a primeira medalha de ouro das mulheres brasileiras em cem anos de Olimpíadas."
Emily Cardoso (São Paulo, SP)
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"No domingo, 28/7, o leitor da Folha não ficou sabendo o resultado do jogo de vôlei de praia, disputado entre as duplas femininas do Brasil, e que terminou no sábado em torno de 19h.
Não vale alegar que a notícia foi dada em uma pequena nota. Queríamos uma reportagem completa!"
Eduardo Piccolomini (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Por motivos industriais, a edição do domingo, 28/7, começou a ser impressa antes do término da partida de vôlei de praia. O resultado foi incluído na edição logo após o término do jogo.

Benefícios defasados
"O Ministério da Previdência e Assistência Social esclarece ao sr. Elair Wanderley Dias ('Painel do Leitor', 12/8) que estudos realizados pelo ministério indicam uma defasagem no valor do cálculo inicial de alguns benefícios, a partir de 1990, embora esse cálculo tenha sido realizado de acordo com a lei.
A solução para essas distorções depende de recursos financeiros.
Hoje, a Previdência Social tem o grande desafio de buscar seu equilíbrio estrutural, por meio da reforma, o que gerará os recursos necessários para manter seus planos de benefícios e rever no futuro eventuais situações de defasagem."
Sandra Maria R. Maia do Vale, chefe da Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Previdência e Assistência Social (Brasília, DF)

Lanterna na proa
"Sobre o artigo 'A nostalgia das ossadas', de Roberto Campos (4/8): por que apontar exemplos ocorridos em outros países como atenuantes para minimizar os crimes cometidos pela ditadura militar? Por que omitir sua atuação político-econômica no Brasil?
É uma pena que tão brilhante inteligência se coloque sistematicamente a serviço do capital estrangeiro e continue reencarnando o espírito de Silvério dos Reis.
Quem sabe não está na hora de colocar a lanterna na proa, a fim de melhor iluminar seu final de vida?"
Rubim Santos Leão de Aquino (Rio de Janeiro, RJ)

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