São Paulo, sábado, 17 de agosto de 1996
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PF indicia ex-vice-presidente do banco

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A Polícia Federal indiciou ontem Nuham Szprinc, ex-vice-presidente de Marketing do Banco Nacional, sob as acusações de gestão temerária, prestação de informação falsa sobre o sistema financeiro e colocação de informação falsa em balanço de instituição financeira.
Os crimes estão previstos, respectivamente, nos artigos 4º, 6º e 10º da Lei do Colarinho Branco (lei nº 7.492).
Szprinc, que depôs ontem, é o décimo indiciado no inquérito da PF que investiga suspeita de fraude em 652 contas do extinto Banco Nacional. Essas contas teriam sido infladas com empréstimos fictícios, supostamente para dar a impressão de que o banco ia bem.
Entre os já indiciados estão os irmãos Marcos, Eduardo e Fernando de Magalhães Pinto, que eram os controladores do banco fundado pelo pai deles, José de Magalhães Pinto.
Ana Lúcia de Magalhães Pinto, também filha do fundador do banco, tem depoimento previsto para setembro. Ela é nora do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Depoimento
Nuham Szprinc, que é brasileiro naturalizado (nasceu em Florença, Itália), disse no seu depoimento que as decisões na área operacional do Banco Nacional eram tomadas por Arnoldo de Oliveira, ex-vice-presidente de Operações do banco, também já indiciado.
As deliberações do presidente do banco, Marcos de Magalhães Pinto, eram apenas nas "questões de imagem", segundo Szprinc.
Essas declarações favorecem a versão da família Magalhães Pinto e do grupo ligado a ela, de que era Arnoldo de Oliveira quem decidia tudo no Nacional e que seria ele o responsável pelas contas.
Oliveira diz que quem mandava era o presidente do banco. Nuham Szprinc era visto como uma pessoa ligada a Oliveira, por ter sido levado por ele para o Nacional.
Szprinc disse crer que Oliveira o escolheu por "pesquisa de mercado" e que não tinha relacionamento anterior com ele. Szprinc disse que entrou no Nacional em 1989.
Segundo ele, ao ser convidado lhe foi "transmitida uma imagem de solidez" do Nacional, tanto que ele teria comprado 14,3 milhões de ações do banco.

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