São Paulo, sábado, 17 de agosto de 1996
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Para tucanos, governo Covas atrapalha

PSDB Plano Real vai ser mais explorado

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A perda do segundo dígito na pesquisa do Datafolha (recuou de 12% para 9%) levou o PSDB paulistano a procurar culpados pela fraco desempenho da candidatura de José Serra à prefeitura. Alguns dedos já apontam para o governo estadual de Mário Covas (PSDB).
A avaliação, óbvio, é feita reservadamente. O raciocínio é que a administração de Covas, prejudicada pelo rombo financeiro herdado, perde de longe para a imagem de realizadora da gestão de Paulo Maluf (PPB), com as consequências naturais para as candidaturas de Serra e Celso Pitta, afilhado político de Maluf.
Não se espera solução para o problema antes da eleição, mesmo com a campanha publicitária do governo estadual deslanchada recentemente.
Apesar das declarações oficiais da cúpula seguirem na linha otimista, o fato é que os 9% de Serra anestesiaram a campanha. Há queixas também sobre o programa de TV de Serra no horário gratuito.
Reclama-se que falta emoção no vídeo. O argumento contrário diz que seria errado vender uma imagem falsa do candidato, que no imaginário da população se encaixaria melhor na área técnica e parlamentar do que na executiva.
Como solução paliativa para se chegar a um programa mais "quente", Serra a partir de agora aparecerá na TV em imagens externas. Antes, gravações em estúdio ocupavam a fatia maior das inserções do tucano.
A dificuldade de "vender" uma marca convincente para Serra é o drama maior dos publicitários de Serra, desde o início da campanha.
A aposta de plantão, considerada por muitos até como a derradeira, é a acoplagem definitiva de Serra com o Plano Real, como enfatizam os últimos programas de TV do candidato.
A estratégia de "pai das verbas" priorizada até agora será mantida, mas com peso menor. A via principal agora será apresentar Serra como o interlocutor preferencial do governo federal, ou seja, aquele que seria o fiador do Plano Real e, também, capaz de conseguir financiamentos indispensáveis para projetos de interesse da cidade.
A ligação direta com o Plano Real era defendida pelo ministro Sérgio Motta, que na prática é o articulador político da candidatura.

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