São Paulo, sábado, 17 de agosto de 1996
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Ministério pretende reduzir 4,7% o número de internações hospitalares

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Saúde pretende reduzir 4,7% o número de internações hospitalares em 1996. Para isso, irá intensificar o combate às fraudes e o atendimento domiciliar.
A intenção do ministro Adib Jatene (Saúde) é que o número de internações nos hospitais conveniados ao SUS (Sistema Único de Saúde) não ultrapasse 12,65 milhões neste ano.
Em 1995, foram realizadas 13,27 milhões de internações, que custaram R$ 3,18 bilhões à Saúde.
Para 1996, a expectativa do ministério é gastar no máximo R$ 3,15 bilhões.
Atendimento em casa
O objetivo do ministério é aumentar o número de agentes de saúde -que atendem à população em casa- para reforçar o trabalho de prevenção a doenças e reduzir o número de pessoas que procuram os hospitais.
Já o combate às fraudes pretende identificar os hospitais que realizam internações desnecessárias ou irregulares.
Para isso, será intensificada a ação das equipes de auditores federais.
Eles analisam as AIHs (Autorização de Internações Hospitalares) em busca de irregularidades.
Autonomia
Outro fator importante na redução do número de internações é o aumento do número de municípios com autonomia para administrar seus próprios recursos.
Segundo João Gabbardo Reis, diretor do Departamento de Controle do Ministério da Saúde, os municípios que estão em gestão semiplena controlam com maior rigor as internações nos hospitais da rede SUS.
"Os municípios que ainda não têm autonomia não ganham nada evitando internações desnecessárias, porque o recursos voltam para o SUS. Já os que estão em gestão semiplena podem utilizar esses recurso para melhorar os hospitais, contratar médicos ou comprar remédios", disse Gabbardo.
Em 1994, havia 24 municípios em gestão semiplena. Hoje já são 118 cidades, onde moram 24 milhões de pessoas.
Redução maior em 94
A maior redução no número de internações aconteceu de 94 para 95. Foram 15,26 milhões em 94, contra 13.27 milhões no ano passado -uma queda de 13%.
Segundo Gabbardo, a queda foi maior de 94 para 95 porque havia fraudes graves.
"Agora está mais difícil de descobrir irregularidades porque as fraudes que ainda existem são mais sofisticadas", disse.
Gastos
Apesar de a queda no número de internações nos últimos dois anos ter sido expressiva, os gastos não caíram no mesmo ritmo.
Isso acontece porque não há como diminuir a frequência dos procedimentos mais caros -como transplantes e operações de ponte de safena.
"As internações que estão sendo eliminadas são aquelas que não deveriam nem ter acontecido. Por exemplo: pacientes com pneumonia leve, que poderiam ser medicados e ter apenas acompanhamento ambulatorial", afirmou Gabbardo.

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