São Paulo, sábado, 17 de agosto de 1996
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Publicidade polêmica

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

A publicidade é mentirosa, socialmente inútil, adora bobagens, não é criativa, promove o racismo e a guerra e, além de tudo, é mal escrita.
"Procure o leitor encontrar numa propaganda de nossos dias pobres, imigrantes, acidentados, revoltados (...), desastres ecológicos, explosões da juventude e o pânico dos idosos! Foi tudo substituído por Claudia Schiffer."
Essas afirmações são do fotógrafo e publicitário italiano Oliviero Toscani, em seu livro "A Publicidade é um Cadáver que nos Sorri", em que relata suas experiências profissionais. Ele se tornou conhecido pelos anúncios polêmicos que criou para o fabricante de roupas Benetton.
Mas será que Toscani, tão dramático no seu julgamento da publicidade, também não pode ser acusado de muitas "incorreções"?
Na verdade, ele tem sido muito criticado, e o seu livro traz acusações de "anarquista de direita" e de racista, críticas semelhantes, portanto, às que o próprio Toscani faz contra os publicitários.
Com tanta polêmica, não é de surpreender que o livro de Toscani seja interessante. Muitas das histórias apresentadas no livro são, porém, razoavelmente bem conhecidas, em especial por quem acompanha o mercado publicitário.
Por isso mesmo, o capítulo mais atraente é o sexto, no qual ele conta histórias não só a seu respeito, mas também de sua família, particularmente de seu pai, também fotógrafo, que conviveu com Mussolini.

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