São Paulo, sábado, 17 de agosto de 1996
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Empresas diferentes; Votação de contas; Pesquisa; Recado; Informação relevante; Humanidade perdida; Golpe de misericórdia; Originalidade

Empresas diferentes
"Referente à reportagem que foi publicada em 16/8, com o título 'Itautec pede falência das Pernambucanas', gostaria de solicitar o esclarecimento de que a empresa envolvida é Casas Pernambucanas do Rio de Janeiro, leia-se Lundgren Irmãos Tecidos S.A., nada tendo a ver com a rede de São Paulo (Arthur Lundgren Tecidos S.A.)."
Edna Polito, da Estratégia Assessoria de Comunicação, assessoria de imprensa da Philco (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia seção Erramos abaixo.

Votação de contas
"A Folha, em sua edição de sábado, 10/8, sob o título 'PSDB quer votar contas de Maluf já', publica notícia especulativa, mas do maior relevo, causando perplexidade.
Por coincidência ou não, a declaração do presidente da augusta Assembléia Legislativa, deputado Ricardo Tripoli, anunciando a individualizada votação sai no mesmo dia da divulgação da última pesquisa eleitoral Datafolha, apontando uma reviravolta na intenção de votos em São Paulo, com a ascensão ao primeiro lugar do candidato apoiado pelo atual prefeito, Paulo Maluf.
Perplexidade, por não se adequar ao Poder Legislativo do Estado, permanentemente criticado por omissões, tratar dessa forma simplória o julgamento das contas do Poder Executivo estadual.
A Assembléia Legislativa não julga contas de governadores há quase 20 anos, mesmo tendo recebido os pareceres do Tribunal de Contas, como no caso da gestão Maluf, que, ao contrário do que diz o deputado, recomendou sua aprovação.
Perduram, sem nenhum alarde, no Palácio 9 de Julho, as contas dos governadores Paulo Egydio, Franco Montoro, Orestes Quércia, Luiz Antonio Fleury Filho e Mário Covas.
Perplexidade, por descumprir a Assembléia Legislativa o disposto no art. 20, inciso VI da Constituição do Estado, isto é, a competência para tomar e julgar, anualmente, as contas prestadas, dentre outros, pelo governador.
A obrigação, o dever temporal, 'tomar e julgar, anualmente', não foi e não está sendo observada.
O largo lapso de tempo se contrapõe ao propósito do anunciado julgamento, justo em período eleitoral, o que evidencia práticas partidárias que não se ajustam ao prestígio do Poder Legislativo.
Ao contrário, descumprido o referido prazo ânuo, as contas já poderiam ser havidas como aprovadas, por não exercitada a obrigação em tempo hábil, ou seja, o denominado controle ou fiscalização externa, mormente por previsto no Regimento Interno da Assembléia (art. 142, VII), no sentido de que 'tramitarão em regime de prioridade: o julgamento das contas do governador', fixando prazos certos e intransponíveis para o respectivo procedimento."
Ennio Bastos de Barros, Dirceu Ferreira da Cruz e Alberto Marino Junior, desembargadores (São Paulo, SP)

Pesquisa
"Sobre a ausência do nome do candidato Sidney Cinti no questionário de pesquisa eleitoral do Datafolha em Araçatuba: o erro alegado é inadmissível, pois além de ter meu nome nas ruas, como candidato a prefeito, desde a convenção realizada em 30 de junho, sou candidato de um partido de abrangência nacional.
Mais estranheza causou-me ainda que da entrevista que dei ao repórter Paulo Braga sobre o incidente ocorrido, por aproximadamente dez minutos, na reportagem publicada em 14/8 consta apenas a expressão 'lamentável', que usei dentre os vários outros comentários que fiz."
Sidney Cinti, deputado estadual e candidato a prefeito de Araçatuba pelo PSDB (São Paulo, SP)

Recado
"Sobre a carta de Gustavo Franco ('Painel do Leitor', 15/8): é compreensível que suponham esses senhores que a Folha disponha de precioso espaço do leitor para publicar a extensa missiva; que suponham também que alguns leitores tenham a pachorra de acompanhar sua lamúria, essa sim, carente de substância, vá lá.
Mas daí a querer que aceitemos seus desvios de prosa já é uma provocação. A tese discricionária e tecnocrata de Gustavo Franco é uma irrecatada asneira.
Se o 'Painel do Leitor' permitir o recado ao sr. Franco: como todos os mortais brasileiros, o dinheiro para a dívida também sai do meu bolso, cara pálida!"
Démerson Dias (São Paulo, SP)

Informação relevante
"Não estaria na hora de os bancos serem obrigados a afixar na porta das agências uma lista de preços dos serviços, como fazem os restaurantes?
Afinal, serviço é serviço, seja ele de que natureza for."
Julio Minervino (São Paulo, SP)

Humanidade perdida
"A Folha de 10/8 publicou três artigos a propósito da letra do Tiririca.
O primeiro, de Márcio Thomaz Bastos, afirma tratar-se de precedente perigoso, recusando a proibição da veiculação, e envergonha os advogados que, como eu, estiveram entre 87 e 95 na Subcomissão do Negro da OAB/SP.
Celso Bastos, por sua vez, restringe seu artigo à dificuldade de 'vislumbrar ares de um soberbo nazista', esquecendo-se que a reiteração de imagens inferiorizantes é a própria estratégia da propaganda nazista.
Resta parabenizar Sueli Carneiro, do Geledés, Instituto da Mulher Negra, que, mesmo sem o título de 'jurista', honra Wole Soyinka, primeiro escritor africano a ganhar um Nobel, quando afirma que 'a justiça é a primeira condição da humanidade', a que adiciono: é preciso reencontrar a humanidade, perdida com a escravidão e com o racismo."
Celso Martins Fontana (São Paulo, SP)

Golpe de misericórdia
"O golpe de misericórdia na candidatura José Serra será no instante em que o comprovadamente impopular governador Mário Covas aparecer no vídeo e, naturalmente de mau humor, com aquela voz rouca insuportável, com aquele ar de único ser honesto no mundo e dono da verdade, vier, singelamente, pedir votos para o candidato tucano.
Pior será ainda se junto com o governador vierem alguns de seus colaboradores.
Com esses cabos eleitorais, não há candidato tucano que se aguente, por melhor que ele possa ser."
Alberto Murray Neto (São Paulo, SP)

Originalidade
"Para financiar o combate à atual emergência em segurança pública, sugiro uma solução genial: uma tributação especial, a ser chamada Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira -CPMF.
Que idéia original, hein?"
Hanns John Maier (Ubatuba, SP)

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