São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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'Pitta não era marcante', diz ex-colega

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

Sempre vestido de terno, calmo, um tanto reservado, sem participação na agitada política estudantil da segunda metade dos anos 60. Assim era Celso Pitta durante os quatro anos (1965/68) de seu curso de graduação, segundo economistas formados na mesma turma que ele, em 19 de março de 1969.
"O Pitta não era muito marcante no aspecto político", diz Aloísio de Araújo, diretor de ensino de economia da Fundação Getúlio Vargas e pesquisador do Instituto de Matemática Pura Aplicada.
Segundo Araújo, Pitta era afável e conversava sobre o Brasil e a conjuntura nacional e econômica, mas, até onde se lembra, não tinha atuação política marcante.
Para o professor da FGV, o hoje candidato do PPB à Prefeitura de São Paulo era "muito sério e não fazia nada extravagante".
"Havia um grupo de alunos que já trabalhava ou estagiava, do qual ele fazia parte, daí o terno", diz. O terno e a postura de Pitta, de acordo com o pesquisador do Impa, o faziam parecer mais velho. "Acho que ele foi para a política pelo lado empresarial, de administrador", afirma.
Outro professor da FGV que foi contemporâneo de Pitta, Moysés Glat, diretor de cursos especiais da Escola de Pós-Graduação em Economia da instituição, lembra do colega de fala mansa e pausada, mas que, no meio da radicalização política estudantil, "era neutro".
A atuação de Pitta era basicamente, segundo Glat, dentro da turma, na qual sua palavra era respeitada pelos colegas, principalmente como moderador. "Ele era o grande executivo, o grande tarefeiro", diz Glat, que mantém contato com o ex-colega.
O subreitor de Patrimônio e Finanças da UFRJ, Luís Otávio Façanha, recorda que Pitta era "muito reservado" e não se destacava politicamente. A turma do hoje candidato, lembra o subreitor, tinha ativa participação nos seminários organizados pelos alunos, discutindo assuntos como filosofia e matemática. "Não me lembro se o Pitta tomava parte", diz.
O mais antigo bedel da Faculdade de Economia, Nivaldo Holmes de Almeida, 62, há 38 na UFRJ, diz que Pitta era brincalhão e "excelente aluno", mas não se lembra de atuação política do então estudante.

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