São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Ato antiviolência reúne 700 em missa

DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 700 pessoas, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), foram ontem a tarde à missa que lançou o movimento Reage São Paulo, contra a violência na cidade.
A missa, na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Jardim Paulistano (zona oeste), lembrou o sétimo dia da morte da estudante Adriana Ciola, 23.
Ela foi assassinada durante roubo à choperia Bodega, em Moema (zona sul).
Na Igreja Nossa Senhora Aparecida foi celebrada a missa de sétimo dia de Rodrigo Iandoli, também morto em um assalto, no Jabaquara (zona sul).
"Esse é o começo de uma grande campanha contra a violência. Nós precisamos acordar", disse Joana Ciola, 52, mãe de Adriana.
Albertina Dias Café e Alves, tia de Adriana, disse que as famílias vão continuar a campanha e definir seus rumos esta semana.
O movimento Reage São Paulo foi criado por parentes e amigos das vítimas de crimes violentos ocorridos no final de semana da semana passada. No sábado, dia 10, Adriana e José Renato Tahan foram mortos na Bodega. No dia seguinte, Rodrigo Iandoli, 21, foi morto ao deixar a namorada em casa, no Jabaquara (zona sul).
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) aderiu à campanha e estendeu uma bandeira branca de 360 m2 na frente de seu prédio, na avenida Paulista.
As famílias e amigos de Rodrigo e Adriana foram às duas missas. Renato, pai de Rodrigo, afirmou que "a Igreja cheia dá uma força incrível às famílias das vítimas".
Vítimas
Também estiveram presentes parentes de outras vítimas da violência em São Paulo.
"Minha mãe foi sequestrada há oito meses e até hoje não temos notícias dela", disse o empresário Itamar dos Santos Marques, 44, filho de Noêmia dos Santos, 69.
Silvana da Silveira, 27, teve o filho de 5 anos sequestrado na semana passada no Parque Bristol.
O presidente da Congregação Israelita Paulista, Henry Sobel, e a apresentadora Hebe Camargo também estiveram no ato. "Ninguém pode se omitir diante da escalada da violência em São Paulo", disse Sobel.
Um grupo do movimento Reage Ribeirão Preto (319 km de SP) e parentes das vítimas da explosão do Osasco Plaza Shopping compareceram. "Nós já fizemos várias reuniões na nossa cidade e estamos tentando, junto com as autoridades, colaborar para resolver o problema da violência", disse Rodrigo Enout, do Reage Ribeirão.

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