São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Faça um check-up olhando no espelho

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Parece um pouco estranho mas uma pessoa pode ter uma idéia das doenças que vai enfrentar ao longo da sua vida dando uma rápida olhada no espelho.
A maior tendência a determinadas doenças é mais evidente nos biótipos (tipos físicos) extremos, os brevilíneos e os longilíneos.
Brevilíneos são pessoas baixas, com pescoço pequeno, "atarracados", com pernas e braços curtos e mais "cheios".
Segundo o cardiologista Marcelo Bertolami, chefe da seção médica de dislipidemias do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, esse tipo físico tem maior propensão a desenvolver problemas no coração, como anginas (dor no peito) e infartos e problemas nos vasos como a aterosclerose (formação de placas de gordura no interior das artérias do corpo).
O nefrologista Décio Mion Júnior, chefe da liga de hipertensão do Hospital das Clínicas da USP, diz que não há uma relação direta entre o tipo brevilíneo e a hipertensão arterial (pressão alta).
No entanto, segundo Mion Júnior, os brevilíneos ficam obesos com mais facilidade e a hipertensão é mais frequente nos obesos do que na população geral.
Alfredo Halpern, professor livre-docente em endocrinologia do Hospital das Clínicas da USP, explica que os obesos também têm uma maior tendência a desenvolver diabetes (níveis elevados de açúcar no sangue) na vida adulta.
Alto e magro
Longilíneos são pessoas altas, magras, "espichadas", com pescoço comprido, tórax estreito e com braços e pernas longos.
Esse biótipo está mais sujeito a problemas pulmonares, principalmente enfisema (destruição da parede dos alvéolos -estruturas em que acontece a troca de gases durante a respiração) e "blebs" (alvéolos que estouram, podendo levar à falta de ar e dor).
Sem cigarro, a maior tendência a esses problemas praticamente desaparece.
Tipo intermediário
Nos mediolíneos, tipo físico que tem características intermediárias entre os brevilíneos e os longilíneos, não existe uma tendência tão clara a um tipo determinado de doença.
Os especialistas deixam claro que um longilíneo não está a salvo de problemas como doenças cardíacas, obesidade, diabetes e hipertensão. No entanto, os brevilíneos correriam mais riscos.

Texto Anterior: Lojas e políticos se aproveitam
Próximo Texto: Sinais são alerta de problemas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.