São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996 |
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México pode pagar por união
DENISE CHRISPIM MARIN
Também vai discutir a renovação de acordos bilaterais firmados entre o México e cada parceiro do Mercosul, que terão de ser reajustados com os demais países da Aladi (Associação Latino-americana de Integração). As negociações ocorrem entre os próximos dias 26 e 28 em Montevidéu (Uruguai) e serão preliminares a um possível acordo de livre comércio do bloco sul-americano com o México, nos moldes daquele fechado com o Chile. Até meados de setembro, o Mercosul também deve concluir as primeiras rodadas de negociações para a assinatura de acordos de livre comércio com o Equador, Peru, Colômbia e Venezuela. Segundo o diplomata Renato Marques, diretor do Departamento de Integração do Itamaraty, o objetivo imediato da extensão dos acordos bilaterais é evitar que produtos do Mercosul sejam preteridos nos países vizinhos. Nos últimos meses, mercadorias mexicanas vêm ganhando espaço maior nos mercados da Venezuela e da Colômbia. Esses países firmaram acordos bilaterais e garantiram redução nas tarifas de importação para produtos do México. Os setores brasileiros que mais se ressentem dessa situação são o automotivo e o siderúrgico, segundo Marques. O Mercosul também se considera no direito de cobrar do México os prejuízos acumulados desde que esse país decidiu participar do Nafta e direcionou sua corrente de comércio para os Estados Unidos e Canadá. Em 1994, o protocolo interpretativo do artigo 44 do Tratado de Montevidéu concluiu que o México deveria pagar a compensação. Mas, até o momento, os danos não foram calculados nem cobrados. Alca A negociação em Montevidéu, segundo Marques, não significa antecipação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), prevista para 2005. Essa tese é apoiada pelos Estados Unidos, mas rejeitada por alguns países, entre eles o Brasil. Tampouco significa acordo de livre comércio entre Mercosul e Nafta. No ano passado, a aproximação dos dois blocos econômicos foi vetada pelo México, que agora tenta obter um vínculo individual. A Folha apurou que esses fatos podem motivar a diplomacia norte-americana a dificultar o acordo do Mercosul com o México. Desde 1993, o comércio bilateral registra aumento da entrada de produtos mexicanos no mercado brasileiro. No ano passado, o Brasil registrou déficit de US$ 95,54 milhões no comércio com o México. Texto Anterior: Guloso tem 'chocolate do corpo' Próximo Texto: Presidente do TST defende a negociação Índice |
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