São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Gaúchos em Rivera exportam arroz ao Brasil

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, NO URUGUAI

A Associação dos Cultivadores de Arroz do Uruguai estima que 50% dos 800 produtores de arroz que operam no país sejam brasileiros, a maioria gaúchos.
Não há dados oficiais, mas a empresa de consultoria Agromercados, de Porto Alegre, que fez um estudo sobre o assunto para o governo do Rio Grande do Sul, calcula que há pelos menos 2.000 produtores brasileiros no Uruguai, entre agricultores e pecuaristas, em cerca de 700 mil ha.
Eles cruzaram a fronteira atraídos pelo preço da terra e pelo custo de produção, inferiores aos do Brasil.
O estudo da Agromercados mostra que o preço médio da terra pronta para o plantio de arroz está por volta de US$ 600/ha no Uruguai, contra US$ 750/ha no Rio Grande do Sul.
No início de 95, o hectare chegou a custar US$ 2.000 no Rio Grande do Sul e US$ 400 no Uruguai.
A crise agrícola desvalorizou a terra no Brasil e a abertura do Mercosul provocou alta do preço no Uruguai.
As máquinas agrícolas também são mais baratas no Uruguai e o preço do óleo diesel é de US$ 0,28/l (no Brasil custa US$ 0,35).
A maior parte da produção uruguaia de arroz (800 mil t na última safra) é exportada para o Brasil. Os uruguaios não têm costume de comer arroz.
A produtividade média das lavouras no Uruguai é de 5.400 kg/ha. No Rio Grande do Sul, a média histórica do arroz é 5.250 kg/ha.
Vichadero, no Departamento (Estado) de Rivera, é a localidade que reúne o maior número de arrozeiros brasileiros, segundo o uruguaio Luis Mario Fros, da associação de cultivadores.
Outras regiões do país abrigam fazendas de brasileiros, que também se dedicam à pecuária.
Há brasileiros em Tacuarembó, Durazno, Cerro Largo e Treinta y Tres, mais ao centro do país.
Entre os proprietários mais conhecidos estão Érico Ribeiro, o "rei do arroz", em Treinta y Tres, e Leonel Brizola, em Durazno.

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