São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Nordestino cria gado hereford

DA AGÊNCIA FOLHA; NO URUGUAI

Um dos brasileiros que percorreu o caminho mais longo para produzir no Uruguai, onde chegou há 15 anos, conserva o sotaque nordestino de quem nasceu em Pernambuco e ainda mantém fazenda em Alagoas.
Luiz Vilar Coutinho, 57, é um tipo diferente entre os brasileiros -a quase totalidade gaúchos- que habitam os campos de Vichadero.
Ele tem 5.000 cabeças de hereford, além de 1.200 ovelhas corriedale, na estância Paceguá, de 5.000 hectares.
No início dos anos 80, influenciado por sua mulher, Norlay, uma gaúcha de Porto Alegre, Coutinho comprou uma fazenda no Uruguai.
Na época, ele pagou menos de US$ 300/ha. Hoje, o preço médio na região é de US$ 600/ha.
"O antigo dono estava falido", diz Norlay, que participa ativamente dos negócios da estância junto com a filha do casal, Adriana -mãe de Thiane, 11, e Thiago, 6.
A menina nasceu no Brasil, mas tem também nacionalidade uruguaia. O garoto é natural de Rivera, na fronteira com o Brasil.
Coutinho, cuja fazenda fatura cerca de US$ 300 mil por ano, sente-se feliz no Uruguai, apesar do frio, no inverno, e do espanhol, que até hoje não domina.
Segundo Coutinho, a base do seu bem-estar como proprietário é a segurança.
"O Brasil atravessa uma convulsão social e com a reforma agrária não existe segurança", diz.

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