São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Brasileiros dominam a soja no Paraguai

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, NO PARAGUAI

A tecnologia foi a maior arma para que brasileiros (conhecidos como brasiguaios) dominassem a produção de soja no Paraguai.
Hoje, segundo dados da embaixada do Paraguai em Brasília, os agricultores brasileiros respondem por 70% da produção de soja do país, que foi de 2,4 milhões de t em 1995 e pode ultrapassar 3 milhões de t na próxima colheita de verão.
A embaixada estima em 250 mil o número de brasileiros no Paraguai.
Esse ciclo começou com a construção da hidrelétrica de Itaipu (a Itaipu Binacional), no início da década de 70, quando os governos do Brasil e do Paraguai firmaram um acordo de colonização das terras paraguaias por brasileiros.
Na década de 80, houve a segunda demanda de brasileiros.
Foram para o Paraguai brasileiros capitalizados (para o setor de agroindústrias e grandes propriedades rurais) e os sem-terra, que tentavam buscar uma alternativa à falta de possibilidades no Brasil.
A última leva de brasileiros para o Paraguai aconteceu a partir do início dos anos 90.
Eram brasileiros que buscavam ocupações na área de comércio e indústria, no rastro dos agricultores bem-sucedidos.
"A vantagem do Paraguai, em relação ao Brasil, é que aqui o que você produzir é seu", explica Vilmar Richter, 30, produtor e cerealista em Naranjal (135 km a oeste da fronteira com o Brasil).
Richter e mais três irmãos são produtores de soja e financiadores de pequenos produtores brasileiros em Naranjal.
Este ano, os irmãos Richter plantaram 40 ha de trigo e pretendem semear 250 ha de soja. Mas financiaram mais de 500 ha de trigo.
"Aqui dá para ter lucro de 30% por safra", diz Vilmar Ritcher.

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