São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Gaúcho chegou de mala vazia e hoje planta 250 ha

DA AGÊNCIA FOLHA; NO PARAGUAI

O gaúcho Eloi Antônio Lui, 40, tinha 21 anos quando resolveu arriscar a vida no Paraguai.
Hoje é um dos mais bem-sucedidos brasileiros da localidade de Panamby, distrito de Santa Rita, no Paraguai.
Lui deixou a região de Palotina (oeste do PR) -onde trabalhava com o tio como empregado- para cortar madeira na região hoje conhecida como Panamby.
"Eu tinha uma mala e duas peças de roupa, e no início fiquei sozinho muito tempo no mato, cortando madeira", diz.
O acordo com o tio era abrir uma área de terra no Departamento (Estado) de Alto Paraná.
Segundo ele, o tio -pai de Alir e Alfeo Lui, maiores produtores de soja do departamento de Alto Paraná- ofereceu porcentagem na produção e cedeu equipamentos básicos.
"Na época foi tudo manual, não existiam tratores por aqui e eu plantei soja e colhi na mão", afirma Lui.
A primeira colheita lhe rendeu cem sacas de soja. Três anos depois, em 1980, ele conseguiu comprar dez hectares.
Atualmente, possui 250 hectares em Santa Rita, onde planta soja, trigo e milho.
Pai de três filhos adolescentes, todos nascidos no Paraguai, mas registrados no Brasil, Lui gastou US$ 200 mil para construir uma sede nova na fazenda.
"No Brasil, hoje eu seria um sem-terra", diz.
Presidente do Conselho Comunitário de Panamby, ele não pensa em voltar ao Brasil.
"Tenho um irmão no Sul que trabalha em 12 ha e não ganha o suficiente para pagar a conta de luz. Isso não é vida."

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