São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996 |
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Maquiador só existe nos EUA
LUÍS PEREZ; MELISSA FERRANTE
Depois de stripteaser, é a segunda profissão mais rejeitada -teve 80% na resposta estimulada. Quem trabalha nessa atividade garante que, em um dia, qualquer tipo de receio já é superado em relação a essa profissão. "Agora eu gosto de fazer isso", afirma Jairo Luiz Teles, 46, motorista do Serviço Funerário do Município de São Paulo. Ele já maquiou pessoas de renome, como o presidente Jânio Quadros, o senador Severo Gomes, Mora Guimarães e até o autor de novelas Cassiano Gabus Mendes. "Para pessoas famosas, são procurados sempre os que tenham mais experiência." Teles trabalha na área há 19 anos. O salário inicial para a função é de R$ 220. "É preciso ter jogo de cintura para lidar com a família." Nos Estados Unidos, essa profissão é encarada de outra forma. Lá é exercida pelos "embalsamers" -responsáveis por embalsamar cadáveres-, comuns nos filmes. Enquanto no Brasil eles ganham R$ 300, em média, nos Estados Unidos recebem R$ 2.290 por mês e precisam de uma "licença" de uma instituição educacional na área mortuária para exercê-la. Há cerca de 27,9 mil pessoas a exercendo. Tudo é pago. Família de morto paga US$ 92 por maquiagem e cabelo, por exemplo. (LPz) Colaborou Melissa Ferrante, free-lance para a Folha. Texto Anterior: Ligação com a morte explica o repúdio Próximo Texto: Agente "organiza" a família Índice |
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