São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Agente "organiza" a família

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O agente funerário é o primeiro a tomar contato com a família quando há morte. Talvez por isso seja a sexta profissão mais rejeitada na pesquisa Datafolha, com 63%.
"Ela trata da morte e ninguém quer morrer", resume Penha Simões, 39, que trabalha no Serviço Funerário do Município de São Paulo há 17 anos.
A principal característica do agente é manter a cabeça fria para "organizar a família". Segundo ela, é um momento em que as pessoas não sabem o que fazer.
"Elas me pedem opinião sobre caixão e isso eu não posso dar, não sou vendedora." O salário também é baixo, R$ 260.
"Deveria ganhar mais, é estressante. E precisaria de pessoas com formação em psicologia", diz.
Vilma Silvestre, 29, trabalha na funerária de Guarulhos (SP) e estava de plantão na noite da morte dos Mamonas Assassinas.
"Algumas coisas ainda nos abalam", afirma. Ela participou da montagem do velório e era fã do grupo desde a época em que ele se chamava Utopia.
(LPz)

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