São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Pintor de prédio corre riscos

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

Pintor de fachada de edifício tem 57% de rejeição. Para os profissionais da área, não é uma surpresa. Geralmente, o pintor trabalha sem os equipamentos de segurança necessários, expondo-se ao perigo.
A maioria utiliza uma tábua de madeira por onde passa uma corda. Não há cinto de segurança. O trabalho começa do alto do prédio.
"Vive morrendo gente", diz Antônio Ramalho, 47, do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Civil de São Paulo, que representa a categoria.
"O que acontece muito é a corda partir ou o pintor ter um mal qualquer e cair lá de cima", diz Gersino Brasiliano, 53, há 25 anos na área.
Ele ganha cerca de R$ 800 na empresa Leonelli Sant'Ângelo. "A grande maioria das empresas do setor não quer investir em equipamento seguro e provoca mortes dos trabalhadores", afirma Ronald Sant'Ângelo, 41, diretor.
O pintor José Ivan, 38, já viu colegas despencando: "A gente sabe que é perigoso cair lá de cima. Mas, já que não tem emprego em outra coisa, precisa se conformar".
(CAS)

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