São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ainda há carvoeiros 'escravos'

PAULO YAFUSSO
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM RIBAS DO RIO PARDO (MS)

Nas carvoarias, existem quatro funções: chapa (que carrega os caminhões com carvão), cortador de lenha, transportador e carvoeiro -profissão rejeitada por 61%.
O delegado-regional do Trabalho do Mato Grosso do Sul, Sílvio Escobar, diz que, nas carvoarias próximas, as condições de trabalho melhoraram. Nas de difícil acesso, ainda há trabalho escravo.
Há dois meses, o Estado interditou uma carvoaria em Ribas do Rio Pardo (MS), onde os carvoeiros eram colocados em barracos de madeira e lona e bebiam água armazenada em galões usados como embalagens de agrotóxicos.
Valfran Silva, 15, trabalha na Carvomax desde os seis anos. Ele, o irmão Valfredo e o pai, Osvaldo, cuidam de 44 fornos. "Ganhamos em média R$ 500." O diretor, Xisto Pereira, diz que recebem R$ 1.000.
Trabalham das 3h às 18h, inclusive fins-de-semana e feriados. À noite, vão à escola, na carvoaria. Nunca tiveram problemas de saúde, mas aspiram fumaça e fuligem.

Texto Anterior: Pesquisa é resultado da imagem social
Próximo Texto: Pintor de prédio corre riscos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.