São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Farah ameaça desfiliar os 'atrasados' da federação

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO E MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Eduardo José Farah, presidente da Federação Paulista de Futebol, ameaça desfiliar da entidade as equipes que estejam com dívidas atrasadas junto ao INSS.
"É uma prática que temos adotado na minha administração", disse o presidente. "A FPF desfilia qualquer time que não esteja em dia com o INSS, que não apresente o guia de recolhimento do INSS."
O presidente da FPF já havia sinalizado essa orientação no final de novembro passado em entrevista à Folha.
Segundo Farah, nos últimos dois anos mais de 20 clubes foram desfiliados da entidade por não terem pago o imposto.
Na prática, a desfiliação impede a equipe de participar do Campeonato Paulista e do Brasileiro.
Corinthians e Guarani são, dos clubes paulistas que disputam o Brasileiro, os que estão com INSS atrasado e que correm risco de exclusão da FPF.
O valor da dívida atrasada do Corinthians é de R$ 542.267,51 . O valor em atraso do Guarani é de R$ 244.649,18.
"Não temos conhecimento desta dívida", afirmou Farah. "Se ela for comprovada, e os clubes quiserem evitar a punição, terão que pagá-la imediatamente."
Ao tomar conhecimento das declarações de Farah, Hermes de Rosa, vice-presidente do Corinthians, e Wadih Coury, diretor de futebol, ficaram descontrolados.
"O Corinthians é que vai desfiliar a federação", afirmou Coury.
"Não sei se existe processo contra o Corinthians", disse Sérgio Grassini, advogado do clube. "Mas, se existe alguma coisa, posso garantir que o Corinthians ainda não foi citado."
"Se um clube deve ao INSS não pode fazer negócio com o exterior", explicou. "E acabamos de vender o Zé Elias (cf2volante) para o futebol alemão."
Procurado três vezes pela reportagem da Folha, Beto Zini, presidente do Guarani, não foi encontrado e não retornou as ligações telefônicas para o jornal.
O futuro
Farah afirmou que entrará em contato com o INSS nesta semana para verificar os atrasos.
"A FPF ainda não tem em mãos estes números", justificou. "Quero obtê-los diretamente da fonte para poder partir para a ação."
"Não é por se tratar de Guarani e Corinthians que iremos agir diferente do que fazemos habitualmente."
(JCA e MD)

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