São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Flamengo contesta cifra

HUMBERTO SACCOMANDI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Flamengo não nega que desviou dinheiro de contribuições federais, mas contesta a dívida que a Folha apurou junto ao INSS.
Segundo o diretor Michel Assef, o clube nunca usou o dinheiro desviado da Previdência para contratações e citou má administração como causa da dívida. (HuSa)
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Folha - O Flamengo deve R$ 10 milhões para o INSS?
Michel Assef - Esse número não é real. Acho que devemos algo em torno de R$ 8 milhões. Se bem que fizemos um acordo para parcelar e reduzir a dívida.
Cumprimos nossa parte, com o projeto Recriança (para crianças carentes), e o INSS não fez nenhuma dedução. O Flamengo acha que não deve nem R$ 4 milhões. Temos uma ação na Justiça quanto a isso.
Folha - Por que essa dívida se avolumou?
Assef - Num determinado momento tivemos de priorizar: ou pagávamos o imposto ou os salários. Pagamos os salários.
Folha - Não se deveria pagar salário e imposto?
Assef - Talvez tenha sido uma questão de incompetência administrativa.
As gestões anteriores descuidaram um pouco. Nós estamos pagando em dia.
Folha - Isso não cria um desequilíbrio entre os clubes, já que alguns se sacrificaram para pagar os impostos, e outros não?
Assef - Não. O Flamengo nunca usou o dinheiro do INSS para comprar jogadores ou aumentar seu patrimônio. Há tempo o Flamengo não compra jogadores com recursos próprios.
Em São Paulo, as pessoas frequentam clubes e pagam por isso. No Rio, não há vida associativa. O futebol banca tudo.
Folha - O clube tem outras dívidas com o governo?
Assef - Sim, devemos para a Receita Federal. Fizemos um parcelamento e estamos pagando em dia.
Há dívidas trabalhistas, que estamos procurando quitar.

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