São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Resgate de estrangeiros é mais valioso

DA "SEMANA"

O padre Pérez, um dos principais líderes de esquerda da história recente da Colômbia, foi o principal responsável pelos sequestros de estrangeiros.
Um "manual" de financiamento dos "elenos" diz: "A retenção dos representantes dos interesses das empresas estrangeiras que exploram o país e usurpam os direitos soberanos do povo sobre os recursos naturais deve ter prioridade".
Em 1995, segundo estatísticas da Polícia Nacional, 45 estrangeiros foram sequestrados na Colômbia. Os resgates exigidos foram, de modo geral, consideravelmente mais altos do que no restante dos sequestros.
Aqui já se fala em vários milhões de dólares. Hoje, como no passado, boa parte desses resgates é paga em silêncio, no exterior e o mais rapidamente possível.
Segundo uma fonte diplomática, a política das principais multinacionais na Colômbia é advertir seus funcionários de que, se forem sequestrados, a empresa não pagará o resgate.
Elas investem em prevenção -sistemas de segurança, carros blindados, comunicações- e, em casos de sequestro, assessoram as famílias nas negociações. As próprias empresas sugerem a seus executivos que, antes de se mudarem para a Colômbia, façam seguro contra sequestro e elevem o valor do seguro de vida.
Antes de entrar em vigor a lei nº 40 de 1993, que tornou ilegal o pagamento de resgates na Colômbia, sabia-se que empresas de grande prestígio seguravam pessoas contra sequestros.
No final, pagavam a maior parte do resgate às famílias. Hoje, embora essa parte da lei tenha sido derrubada pela Corte e já não se aplique mais, sabe-se, por meio de várias fontes nas multinacionais, que as companhias estrangeiras que estão oferecendo os seguros são pequenas e pouco conhecidas.
Também se sabe que há empresas estrangeiras especializadas na negociação de sequestros e que prestam assessoria às famílias, embora os especialistas colombianos não lhes atribuam credibilidade.

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