São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996 |
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Geração é culta, ambiciosa e transformadora
PATRICIA DECIA
Os "baby boomers", americanos que nasceram entre 1946 e 1964, estão chegando à meia-idade. Neste ano, cerca de 4 milhões deles estão completando 50 anos. "Toda vez que atingiram um novo estágio da vida, seja a adolescência, a entrada na faculdade ou no mercado de trabalho, os 'baby boomers' o transformaram inteiramente", diz Brad Edmondson, da "American Demographics", uma publicação destinada a analisar os desejos e as tendências dos consumidores norte-americanos. Isso aconteceu nos anos 60, quando a estrutura das escolas mudou para atender à grande demanda de crianças, e nos anos 70, com a sua entrada na faculdade e o grande aumento do número de mulheres trabalhando. Nos anos 80, a década "yuppie", eles conquistaram as posições de destaque no mercado de trabalho. Foi nesse período, por exemplo, que estouraram alguns dos "baby boomers" mais influentes do país, como Madonna, o cineasta Steven Spielberg, e o milionário dos computadores Bill Gates. O "baby boom" (numa tradução livre, explosão de bebês) foi um fenômeno que atingiu vários países depois da Segunda Guerra Mundial e se resume no aumento da taxa de fertilidade (número médio de filhos por família). Nos Estados Unidos, durou 18 anos e resultou em mais de 77 milhões de cidadãos, ou 30% da população do país hoje. Somados aos seus filhos, eles chegam a representar quase 60% da população. Na década de 90, os "baby boomers" chegaram à Presidência dos Estados Unidos, com a eleição de Bill Clinton, em 1992, então com 46 anos. Clinton é representante da primeira onda de bebês e traz em sua personalidade vários exemplos típicos da sua geração. "Ele toca saxofone, assumiu que havia experimentado maconha -'sem tragar'- e se casou com uma feminista. A questão da maconha é um bom exemplo. A grande maioria das pessoas com menos de 50 anos já experimentou ou tem amigos que o fizeram e não considera isso um problema. Para a geração anterior, isso é uma tragédia", diz o sociólogo Paul Hirsch, 50, da Universidade Northwestern (Illinois, Meio-Oeste dos EUA). Para Hirsch, a diferença entre os "baby boomers" e as gerações anteriores é a capacidade de seus integrantes de experimentar, analisar e entender por si próprios suas escolhas. Edmondson concorda e afirma que isso só foi possível porque a geração cresceu durante um período de grande prosperidade financeira do país. "Eles entraram na adolescência numa época em que a família média tinha possibilidade de ter coisas consideradas luxuosas anteriormente. Mesmo que o pai fosse um operário, TVs, carros e outros itens de consumo estavam acessíveis, porque a economia estava indo bem. Então os 'baby boomers' têm grandes expectativas da vida e cresceram com o sentimento de que não havia limites." (PD) Texto Anterior: Os 'baby boomers' Próximo Texto: Festa vai ter roqueiro tingido e loura CNN Índice |
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