São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996 |
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Verão já esquenta a indústria da beleza
ANA LUCIA ARAUJO
A esperança de um verão bem encalorado já começa a agitar academias de ginástica, centros de estética e lojas de produtos de beleza, que devem aumentar suas vendas em 50% na temporada mais quente do ano. Tratamentos de nomes estranhos, como ionização (para rejuvenescimento facial), reidratação corporal, esfoliação (rosto e corpo) e drenagem linfática (dizem que é boa para aliviar celulites), fazem parte do cardápio de opções do mercado de beleza -que cresce a cada dia. Só no ano passado, o setor de perfumaria e cosméticos movimentou US$ 3,9 bilhões, segundo o Sipatesp (sindicato do setor no Estado de São Paulo). Nos últimos três anos, o segmento de cosméticos -maquiagem, protetores, cremes depilatórios, tratamento de pele e cabelos- cresceu 176,9%, faturando US$ 947 milhões em 95. Para este verão, o centro de estética promete ser a grande vedete. Explicação: é aquele lugar que promete bons resultados para o corpo sem esforço físico. "A cliente passa pelo tratamento corporal e pode sair bonita direto para o trabalho", afirma Inesinha Soares, 46, dona de um centro de estética que leva o seu nome. Inesinha diz que, "a partir de agosto, a procura por reidratação do corpo aumenta 50%". No mesmo período de 1995, ela não conseguiu atender a todos os clientes, tendo que adiar as consultas para setembro. Para Terezinha Zanetti Sarti, 50, dona do salão de beleza Terez Zanetti, esta é a época de grande movimento. Com 11 funcionários, ela diz "faturar mais de R$ 5.000 por mês". O salão, segundo ela, atende de 15 a 25 clientes por dia. Vaidade masculina Os centros de estética que abriram o atendimento para ambos os sexos comemoram o crescimento de clientes homens. Segundo Neide Shimoyama Kuniy, 43, dona do Estética Beauty Center, esse mercado começou a crescer nos últimos cinco anos. "Os primeiros eram parentes das clientes, mas tinham vergonha de parecer vaidosos." Hoje, 10% das pessoas atendidas pelo Beauty Center são homens. Para Neide, a vaidade é fundamental para o mercado. "A crise pode protelar o retorno, mas ele deixa de comprar roupa ou sapato para ficar bonito." Segundo ela, a partir de agosto, as pessoas querem diminuir as medidas. "O movimento sobe de 40 para 70 clientes por dia." Preparo intelectual Para a esteticista Yasmin Mourad, 43, dona do centro de estética Polla Renon, o setor é um bom negócio para quem tem consciência. "É um mercado que exige muito preparo intelectual e respeito pelo corpo do outro." Seus clientes costumam procurar o enrijecimento da pele e o combate à celulite. Yasmin trabalha com sete pessoas -três esteticistas, dois psicólogos, um médico e um astrólogo. Atende de 12 a 15 clientes por dia e cobra de R$ 500 a R$ 600 por pacotes de dez sessões de estética. LEIA MAIS sobre indústria da beleza na pág. 6-16 e 6-17 Próximo Texto: Calor não anima setor de cadeiras Índice |
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