São Paulo, segunda-feira, 19 de agosto de 1996
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Conheça as acusações a Teixeira

LUCAS FIGUEIREDO
DO ENVIADO ESPECIAL

Investigações feitas à época do Collorgate apontam Ironildes Teixeira como testa-de-ferro de PC Farias e do ex-presidente Fernando Collor em movimentações no valor de US$ 4,2 milhões.
Com PC, o esquema funcionava da seguinte forma, segundo o Ministério Público: Ironildes era dono formal da Miami Leasing, nos EUA, enquanto Jorge Bandeira administrava a Brasil Jet, no Brasil.
Na verdade, as duas empresas pertenciam a PC. A Brasil Jet enviava dinheiro para o exterior, por meio de contratos de aluguel de aviões junto à Miami Leasing.
Segundo o MP (Ministério Público), o dinheiro foi retirado do país por "meios fraudulentos".
Ministério Público
Segundo o MP, PC "promoveu a saída de moeda estrangeira de território nacional, sem devida autorização legal, contando para tanto com a imprescindível colaboração de Jorge Bandeira e Ironildes Teixeira".
A Justiça pretende questionar o ex-testa-de-ferro de PC sobre o destino do dinheiro enviado aos EUA pelo empresário.
Segundo acusação feita por Pedro Collor em 1992, seu irmão, Fernando Collor, era o dono de um apartamento em Paris, avaliado em US$ 2,7 milhões, que havia sido comprado pela empresa SCI Albert 1er, que supostamente pertencia a Ironildes Teixeira e ao francês Guy de Longchamps.
"Nunca comprei esse apartamento. Eu nem conheço o Guy. Só passei uma procuração para ele vender as ações da Miami Leasing", disse Teixeira.
As operações da Miami Leasing e da Brasil Jet renderam a Teixeira, PC e Bandeira um processo por acusação de evasão de divisas (pena de dois a cinco anos de prisão).
A parte do processo que inclui PC e Bandeira está concluída e aguarda sentença. Mas o processo de Teixeira está parado porque, formalmente, ele tem domicílio nos EUA: 7315 NW 53 rd Street, Fort Lauderdale, Miami (Flórida).
Há dois anos e três meses, a Justiça Federal determinou que Ironildes fosse ouvido pela Justiça dos EUA, por intermédio de carta rogatória, sem resposta até hoje.
Por causa disso, o processo está parado na gaveta do juiz Pedro Paulo Castelo Branco.

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