São Paulo, segunda-feira, 19 de agosto de 1996 |
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120 computadores 'quebram' sistema Ato foi foi 'diversão' MARIA ERCILIA
Em entrevista à Folha por e-mail, ele diz que quebrou o código "por diversão". Para Doligez, não há algo como segurança perfeita na Internet. Ele dá um conselho sobre softwares de segurança: desconfie sempre. * Folha - O fato de você ter conseguido quebrar uma mensagem criptografada (pelo Netscape) tornou-o descrente dos softwares de segurança? Damien Doligez - Dos programas de segurança em geral, não. Daquele que eu fui capaz de quebrar, é claro que sim. Softwares de segurança (e de criptografia especialmente) são muito difíceis de serem bem feitos. Há muita gente que escreve software de segurança, mas não sabe o suficiente sobre o sistema. Isso significa que a desconfiança deve ser a atitude básica. Não confie, a não ser que você tenha uma boa razão. Folha - Por que você resolveu quebrar o Netscape? Damien Doligez - Por diversão. É muito gratificante tentar e conseguir alcançar uma performance técnica praticamente fora de alcance. Folha - Você acha que o usuário médio da Internet um dia vai usar mensagens criptografadas regularmente? Você usa? Damien Doligez - Eu não consigo me imaginar fazendo negócios sérios na Internet sem algum tipo de proteção criptográfica. Folha - O PGP é de fato o melhor programa de encriptação que existe? Por quê? Damien Doligez - É o único sistema confiável. Mas, é claro, não existe algo como segurança perfeita. Folha - O fato de você ter quebrado o protocolo de segurança do Netscape torna a encriptação insegura? Damein Domingez - Claro que não. Já era insegura antes de eu quebrá-lo. E a versão 128 bits (uma versão mais poderosa do protocolo do Netscape que, por razões de segurança nacional, só é usada na versão do Netscape que circula dentro dos EUA) é imune a ataques de força bruta (expressão que designa solução de problemas de computação por meio do uso maciço de computadores com grande capacidade de processamento). Texto Anterior: 'Sniffers' farejam mensagens Próximo Texto: Poucos políticos usam a rede Índice |
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