São Paulo, segunda-feira, 19 de agosto de 1996
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MEC e empresas se unem para alfabetizar

FERNANDO RODRIGUES
PAULO SILVA PINTO

FERNANDO RODRIGUES; PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Serão atendidos, a partir de 97, 50 mil jovens em 32 cidades do Norte e do Nordeste do país

O Ministério da Educação e 45 empresas passam a dividir hoje a conta da alfabetização de cerca de 50 mil adolescentes entre 12 e 18 anos de cidades do interior do Norte e Nordeste.
Esses jovens, que estão fora de escola, em seis meses poderão ler algumas frases específicas e fazer as quatro operações aritméticas básicas (soma, subtração, divisão e multiplicação).
Além disso, a idéia é habilitar esses jovens também para redigir mensagens básicas sobre temas do cotidiano.
Por exemplo, algum aviso sobre segurança no trabalho.
Essas metas estão previstas no Programa Alfabetização Solidária, que vai ser apresentado hoje a empresários na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). A implantação começa em janeiro de 97.
Segundo especialistas em educação, uma pessoa não pode ser considerada alfabetizada antes de atingir a 4ª série do 1º grau -quando é capaz de ler e compreender um texto de mais de uma página ou de escrever algo do mesmo tamanho.
Para o Ministério da Educação, o que os jovens vão receber é pouco, mas é melhor do que nada.
Eles já estão com idade muito defasada para entrar na escola e dificilmente aprenderiam a escrever caso não integrassem o programa.
32 cidades
Foram escolhidos para a primeira fase de implantação do programa 32 municípios.
Desses, 31 são do Nordeste, com índice de analfabetismo entre jovens superior a 55%. Entrou também na lista um município do Norte: Pauini (AM), que tem o recorde nacional, com 81,23%.
Há entre 48 mil e 50 mil jovens analfabetos de 12 a 18 anos nesses municípios. O programa pretende atingir 85% deles. Assim, em dois anos, o analfabetismo nessas cidades estaria reduzido à média nacional, que é de 12,4%.
Vão ser três horas de aulas todas as noites, com professores da mesma faixa etária dos alunos.
Eles vão passar por um treinamento especial e receberão R$ 112 mensais, o dobro do que recebem alguns professores do ensino básico no interior do Nordeste.
Financiamento
Metade do custo do programa ficará com o governo. A outra metade, com a iniciativa privada.
O governo entra com R$ 600 mil, assim como as empresas. Essa quantia seria suficiente para cobrir os custos de dois anos do programa nas 32 cidades.
Cada aluno vai custar R$ 17 por mês para o governo e outros R$ 17 para as empresas.

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