São Paulo, segunda-feira, 19 de agosto de 1996 |
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Novo sistema de gestão diminui custos
DANIELA FERNANDES
"Mesmo terceirizando atividades como manutenção, segurança etc., as empresas precisavam de uma estrutura interna para administrar e fiscalizar a prestação dos serviços" afirma o consultor Wagner Luís Teixeira, da Trevisan. As quarterizadoras desempenham essas funções, atuando como uma ponte entre a empresa e as terceirizadas, completa Teixeira. Custos menores Isso permite, segundo ele, que a empresa se concentre mais em sua atividade principal. "A quarterização reduz ou elimina departamentos que estavam diretamente ligados à gestão dos serviços terceirizados, diminuindo os custos da empresa", afirma. Teixeira diz que o objetivo não é dispensar funcionários e que muitos são absorvidos em outras atividades da companhia. O empresário Ricardo Semler, do grupo Semco, criou duas empresas de quarterização por meio de joint ventures com companhias americanas. A Semco Cushman, que existe há cerca de dois anos, administra serviços executados em prédios comerciais e tem como clientes as sedes do Banco Itaú, Cosipa, Usiminas e Banco Mundial, em Brasília. A empresa faturou US$ 10 milhões em 95 e está crescendo entre 20% e 25% ao ano, diz Semler. A outra empresa, Semco Johnson Controls, está operando há seis meses, e gerencia, diz Semler, os serviços de manutenção elétrica e hidráulica, limpeza, segurança, entre outros, das lojas do Mappin. "Há um momento em que as terceirizadas requerem um grande número de pessoas para administrar os serviços. É aí que entra a quarterizadora", diz. Semler afirma que sua empresa fornece tecnologia de gestão de serviços. "Temos um grupo que só estuda limpeza do ponto de vista técnico. Podemos descobrir qual o menor número de pessoas é preciso para executar uma tarefa." Qualidade A empresa é remunerada em 50% da redução de custos que ela obtém para o cliente, diz Semler. "Não faturamos com as pessoas que prestam serviços, diferentemente das terceirizadas. Economizamos de 10% a 15% do volume de despesas, sem mexer na margem de lucro dos fornecedores." Oscar Noguchi, diretor da quarterizadora Foco Gerenciamento de Serviços, diz que é "perigoso" falar em redução dos custos. "É possível ter qualidade e preço baixo, mas não a curto prazo. A diminuição de custos pode acabar não ocorrendo por criar problemas qualitativos à empresa", diz Noguchi. Cesar Gomes de Mello, também da Foco, diz que a globalização dos mercados cria a necessidade de novas formas organizacionais. Elas devem criar, segundo Mello, parcerias (como a quarterização de atividades) a fim de que a empresa se concentre nas suas atividades essenciais. "A quarterizadora deve agregar valor aos negócios, facilitando a relação entre a empresa e seus fornecedores", diz Noguchi, que tem a Natura e a Tubos Tigre entre seus clientes. Texto Anterior: Franco forte gera deflação Próximo Texto: 'Reduzimos nossa estrutura', diz Natura Índice |
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