São Paulo, segunda-feira, 19 de agosto de 1996
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Franco forte gera deflação

País registra segundo mês consecutivo de queda dos preços

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DE PARIS

A França começa a se inquietar com os perigos da deflação. É o segundo mês seguido em que os preços baixam.
Em junho a inflação foi de -0,1%. Em julho, o índice de preços ao consumidor foi negativo: -0,2%.
Nos últimos meses, alguns setores importantes da economia tiveram seus preços reduzidos. É o caso das ligações telefônicas. O preço dos legumes é o que mais baixou: 17,3%.
A inquietação fez com que o primeiro-ministro Alain Juppé interrompesse suas férias para afirmar que não há risco de deflação.
Mas vários setores alertam para a pressão deflacionária e culpam a política do franco forte, capitaneada pelo presidente do Banco de França, Jean-Claude Trichet.
Na quarta-feira, último dia de funcionamento do mercado financeiro na semana passada, o franco atingiu seu nível mais baixo em relação ao marco alemão nos últimos cinco meses, 3,4 francos por um marco.
Além disso, o mercado está inquieto por que o processo aberto pelo governo contra os antigos dirigentes do Crédit Lyonnais por má gestão deve atingir Trichet, que na época do escândalo era diretor do Tesouro, que exerce a tutela dos bancos públicos.
Juppé garantiu que o governo não tem nenhum problema com o Banco de França -que, aqui, é independente.
Mas não é o único revés enfrentando pelo governo. Na semana passada também foi divulgado que, a despeito das medidas para conter o desemprego, há seis meses não há queda importante.
Desde dezembro de 1996 que o número de emprego não ultrapassa a barreira dos 13,408 milhões.
A indústria suprimiu 60 mil empregos. Mas o setor terciário compensou a perda.

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