São Paulo, segunda-feira, 19 de agosto de 1996
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Gerente resiste às modificações

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

As empresas de quarterização encontram, muitas vezes, resistências ao oferecer seus serviços de gerenciamento. Os departamentos que lidam diretamente com as atividades das terceirizadas se sentem, com frequência, ameaçados.
"As únicas pessoas que se interessam pelo conceito são do primeiro escalão da empresa. Para o segundo escalão, representamos uma ameaça", afirma o empresário Ricardo Semler.
Para Semler, esse tipo de gestão não serve para empresas familiares. "Fazemos de forma mais eficiente e mais barata do que eles. O gerente administrativo se sente ameaçado."
Semler diz que as terceirizadas também têm receio, porque perdem o contato direto que tinham com o cliente e passam a lidar com especialistas do ramo que querem modernizar os serviços.
"Um banco, por exemplo, não precisa ter especialistas em manutenção elétrica, hidráulica ou de elevadores", diz Semler, acrescentando que gerentes operacionais, encarregados dessas áreas, também tendem a desaparecer.
"Sempre temos um contato dentro da empresa. Com a terceirização, as empresas reduziram estruturas internas. A gestão desses terceiros continua sendo complicada", afirma Oscar Noguchi, da Foco. Ele acredita o gerente administrativo tende a acabar.
Como o setor de serviços deve crescer cada vez mais, há a expectativa de aumento na demanda pelos serviços de quarterização, diz o consultor Wagner Luís Teixeira, da Trevisan.
(DFe)

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