São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 1996
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Ator trabalhou em mais de 80 filmes

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

O ator Jofre Soares, nascido em 22 de setembro de 1918, iniciou a carreira tardiamente, em 1961. Já era aposentado da marinha e fazia teatro amador.
Nelson Pereira dos Santos contratou-o como assistente de produção de "Vidas Secas" (1963). Em seguida, achou que poderia fazer um papel no filme.
Daí por diante, Jofre Soares foi ator em mais de 80 filmes. Alguns deles tornaram-se clássicos, como "A Hora e a Vez de Augusto Matraga" (1965), "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro" (1968) e "São Bernardo" (1971).
Fixou nas telas um tipo nordestino rústico (o que lhe garantiu destaque no ciclo do Cangaço, nos anos 80). Mas foi fazendo personagens idosos, e bastante complexos, que se destacou e demonstrou a extensão de seu registro. Estão nessa categoria o João de "A Guerra Conjugal" (1974, de Joaquim Pedro de Andrade) e o Afonso de "Chuvas de Verão" (1977, de Cacá Diegues).
O ator, que também teve passagens pela televisão (em 1977, foi o coronel Querino Papaterra, de "O Crime do Zé Bigorna", da série "Caso Especial"), nos últimos tempos dedicava-se ao grupo de teatro Mídia, de São Paulo.
Jofre Soares havia deixado o hospital há 20 dias para participar da filmagem de "O Cangaceiro" ("remake" do clássico de Lima Barreto, feita na Bahia). Sua morte ocorreu após uma recaída.
(IA)

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