São Paulo, quinta-feira, 22 de agosto de 1996
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FHC anuncia dia 4 acordo com Bolívia

Obra está orçada em R$ 1,88 bi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Raimundo Brito (Minas e Energia) anunciou ontem a conclusão definitiva dos entendimentos com a Bolívia para o início das obras de um gasoduto ligando a cidade boliviana de Rio Grande a Porto Alegre (RS).
Brito disse que o início das obras será anunciado pelos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Gonzalo Sanchéz de Lozada, na Bolívia em 4 de setembro.
O gasoduto terá pouco mais de 3.000 km, sendo que cerca de 2.500 km ficarão em território brasileiro. O custo previsto da obra, que deve estar concluída no segundo semestre de 98, é de R$ 1,88 bilhão.
A Petrobrás vai financiar a construção de 510 km de tubulações. Essa parte do gasoduto estará localizada no lado boliviano da obra.
O financiamento da Petrobrás, que será a gestora integral do projeto, é de cerca de R$ 400 milhões. O presidente da estatal, Joel Renó, disse ontem que as obras vão gerar até 20 mil empregos diretos.
Acrescentou que R$ 488 milhões estão assegurados por agências de financiamento dos dois países. O brasileiro BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) já garantiu o repasse de R$ 238 milhões.
O CAF (Comitê Andino de Fomento), segundo Renó, financiará R$ 250 milhões. "O restante (quase R$ 750 milhões) está sendo negociado com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o BIRD (Banco Mundial) e o Eximbank (japonês)", disse.
A capacidade máxima de fornecimento do gasoduto é de 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Quando entrar em operação, essa capacidade estará entre 8 milhões e 9 milhões de metros cúbicos/dia.
"O presidente Fernando Henrique editará um decreto declarando de utilidade pública toda a área marginal do gasoduto", informou Raimundo Brito.
Novo gasoduto
Renó também anunciou o início de entendimentos para construção de um gasoduto ligando Uruguaiana (RS) à Argentina, com extensão de 440 km, para geração de energia termelétrica.
Esse gasoduto está estimado entre R$ 300 milhões e R$ 350 milhões, disse Brito. A usina geradora será em Uruguaiana, a custo previsto entre R$ 224 milhões e R$ 444 milhões, dependendo do seu tamanho. "Estamos em negociações com a Argentina sobre o preço do gás", informou Renó.
Essas informações foram prestadas à Frente Parlamentar do Sul, coordenada pelo deputado Nelson Marchezan (PSDB-RS), que temia pela exclusão dos Estados sulistas do projeto, em favor de São Paulo.
Brito e Renó foram convocados para esclarecer o assunto em audiência da frente e obtiveram dos parlamentares a garantia de que não há mais dúvidas ou contestações aos objetivos do projeto.

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