São Paulo, quinta-feira, 22 de agosto de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mudança de horário evitaria rodízio

ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de viver situação crítica em matéria de poluição, que serviu para justificar o rodízio de veículos em agosto, a cidade de São Paulo não tem proposta concreta para reescalonamento de horários.
A medida consiste em distribuir melhor o horário de começo das aulas, abertura do comércio e início de turno em fábricas, por exemplo, de forma a pulverizar o movimento dos períodos de pico.
Isso diminui os congestionamentos e permite o melhor aproveitamento do transporte coletivo, que tende a ficar superlotado em determinados horários e ocioso no restante do dia.
"Se toda a sociedade fizesse as adequações para melhorar o trânsito, o rodízio não seria tão necessário", disse Maria da Penha Pereira Nobre, assessora técnica da Presidência da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), que ontem participou de debate na Secretaria do Estado do Meio Ambiente.
"A responsabilidade por propor um reescalonamento é do poder público, mas também da sociedade civil", afirmou.
Para o diretor da Operação Rodízio, Alfredo Szwarc, os efeitos de um reescalonamento são mais "duradouros" que os do rodízio. Mas ele admite que é mais fácil implantar a restrição de circular.
"O reescalonamento é um verdadeiro quebra-cabeça, cheio de implicações. Se você passa a abrir o comércio mais tarde, precisa se preocupar com o horário noturno das escolas que recebem os comerciários, por exemplo."
Szwarc acredita que o reescalonamento deva ser tratado pelas prefeituras e disse que a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) vai encaminhar sugestões aos prefeitos que serão eleitos na Grande São Paulo.
Tentativa do comércio
Na capital, a última tentativa de escalonamento ocorreu em 1993, quando a prefeitura determinou que o comércio deveria abrir até as 8h ou após as 9h30 e fechar até as 18h ou após as 19h30.
Segundo a Secretaria da Administrações Regionais, encarregada da fiscalização, os novos horários tinham caráter experimental e deixaram de vigorar há três anos.
"Nesse período, o pico de congestionamento da manhã caiu 20% com a medida", informou Maria da Penha Nobre, da CET.
Obediência
O respeito à proibição de circular foi ontem de 95,6%, segundo a Operação Rodízio. O índice é maior que o da primeira quarta da restrição (94,4%) e menor que o de quarta passada (95,9%).
Até as 13h, foram feitas mais 4.407 autuações, que elevaram o total a 108.021.
O pico de trânsito de ontem foi menor que o da quarta anterior ao rodízio. (ROGERIO SCHLEGEL)

Texto Anterior: Policial e empresário dizem ter visto óvni em Brasília
Próximo Texto: Ar piora, mas acaba a atenção em Mauá
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.