São Paulo, quinta-feira, 22 de agosto de 1996 |
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Nakazawa junta tecnologia e arte
MARIANE MORISAWA
Nakazawa, formado em psicologia, trabalha na rede de televisão NHK, onde começou produzindo documentários. Há cinco anos, entrou para o ramo da alta definição. Teve que abandonar os documentários, já que o equipamento de alta definição ainda é muito pesado e grande. "Como eu gosto de ficção científica, e o sistema de alta definição permite uma grande sobreposição de imagens, comecei a fazer um tipo muito particular de ficção científica", ele diz. "Eu quero fazer com que o público fique excitado com meus filmes, que eles sejam emocionantes. Por isso, minha ficção científica parte da vida de pessoas normais, e não de batalhas intergaláticas." Em "Nós Amamos Lucy", o diretor conta a história de uma mulher pré-histórica, que vive em um museu e ganha vida -graças à computação gráfica. "Hoje em dia eu acredito que a tecnologia é uma forma de arte. Os artistas negligenciam esse conhecimento. Eu mesmo não gostava de computação gráfica." Cada uma das produções carrega um desafio tecnológico. Depois de os técnicos resolverem os problemas, Nakazawa escreve a história, já desenvolvida mentalmente. "Nós Amamos Lucy" é o primeiro filme com palavras. "Mas são palavras muito simples. Faço filmes mudos porque quero mostrá-los em todos os lugares", diz. Atualmente, além de pensar em mais dois curtas, ele planeja fazer seu primeiro longa de ficção. "Para este, acho que vou precisar de diálogos, senão fica muito chato." O diretor não acha que a alta definição determine o fim do cinema. Pelo contrário. "Acredito que a alta definição deva contribuir para o cinema. No Japão, a indústria cinematográfica está em má situação. Diretores jovens de TV podem mudar a indústria." Texto Anterior: Preto-e-branco abre o festival de curtas Próximo Texto: Programa une 'pequenas taras' Índice |
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