São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 1996
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Bomba é achada na Bienal do Livro

Bomba é achada na Bienal do Livro
da Reportagem Local

NOELY RUSSO; ARMANDO ANTENORE; CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma bomba caseira foi encontrada no início da tarde de ontem na 14ª Bienal Internacional do Livro, que se realiza no Expo Center Norte, na zona norte de São Paulo. Ela estava dentro de um cesto de lixo, sob a pia do banheiro masculino, no Pavilhão Vermelho.
Na hora em que a bomba foi detectada havia cerca de 20 mil pessoas no Pavilhão Vermelho, que reúne a maioria dos estandes de livros estrangeiros. Cerca de 500 crianças de 60 escolas estavam no pavilhão. Nos outros pavilhões da Bienal havia 40 mil pessoas.
O explosivo foi visto pelo faxineiro Rosemir Donizete Serafim. Ele fazia a limpeza do local quando viu um "objeto estranho" no lixo. Segundo o coordenador-geral da empresa Primeiro Plano Limpeza, Osmar Magalhães, Serafim teria pensado que o embrulho continha drogas.
Serafim chamou o porteiro Carlos Alberto Pereira, que trabalha nas catracas de entrada da Bienal, que acionou os seguranças.
A bomba foi transportada, ainda dentro do lixo, para um banheiro no mezanino, onde não há estandes e funcionam salas especiais para cursos, agência de correio, administração e sala de imprensa.
O Gate (Grupo de Ações Especiais da Polícia Militar), especializado em bombas, retirou a bomba do local. Ela foi detonada em um terreno na Sociedade Paulista de Trote. Segundo a polícia, a bomba não estava preparada para explodir sozinha.
Todas as pessoas foram retiradas do Pavilhão Vermelho, que ficou interditado por mais de uma hora. Além de retirar a bomba do local, o Gate efetuou uma varredura em toda Bienal à procura de outros explosivos. Nada foi localizado. Os outros pavilhões continuaram a funcionar normalmente. Não houve registro de tumulto durante a retirada das pessoas.
"Tudo aconteceu de maneira muito tranquila. Não houve correrias ou tumultos. Pedimos às pessoas que deixassem os estandes porque havia a presença de uma autoridade. Metade das pessoas nem ficaram sabendo o que aconteceu", disse Altair Ferreira Brasil, 62, presidente da Câmara Brasileira do Livro, que organiza a Bienal. Brasil descarta a possibilidade de um ato terrorista.
"Não sei quem nem por que colocaram uma bomba aqui. Não acredito em terrorismo nem ameaça política. A Polícia Civil vai investigar o crime e apurar as responsabilidades", disse Brasil.
Na hora em que a bomba estava no banheiro, o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, visitava o local. "Ele passou ao lado da bomba", disse Brasil, que elogiou o serviço de segurança, mas pretende ampliá-lo. "Vamos ter mais policiais do lado de fora. Mas não vamos revistar as pessoas. Os banheiros serão monitorados em intervalos mais curtos e os seguranças redobrarão a atenção."
(NOELLY RUSSO, ARMANDO ANTENORE e CASSIANO ELEK MACHADO)

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