São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 1996
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Desocupação do prédio foi tranquila

AURELIANO BIANCARELLI; CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando as pessoas começaram a desocupar o prédio, por volta das 13h30, havia centenas de crianças no pavilhão vermelho.
Nos períodos da manhã e do início da tarde, a Bienal é frequentada principalmente por excursões de escolas. Havia 40 ônibus escolares no estacionamento do Expo Center Norte.
"Tinha muita criança pequena, de pré-escola. Se alguém gritasse ou começasse a correr, teria acontecido uma tragédia", disse Olga Bueno, funcionária da Folha que estava no estande do jornal.
Segundo Fabiana Pontes Souza, outra funcionária da Folha, a saída foi tranquila, "as crianças deram as mãos umas às outras e foram saindo sem entender o que estava acontecendo".
Segundo ela, foram os seguranças da Bienal, ajudados por policiais, que começaram a retirar os grupos de crianças.
Pessoa famosa
O presidente da Câmara Brasileira do Livro, Altair Ferreira Brasil, disse que alguns dos seguranças disseminaram o boato de que o prédio estava sendo desocupado porque havia uma "pessoa famosa" chegando.
A funcionária da Editora do Brasil Elaine Aira que estava em um estande próximo ao local onde foi encontrada a bomba, acreditou.
Segundo ela, a "evacuação foi tranquila porque pensamos que fosse alguma personalidade chegando".
A vendedora Marta Gonçalves da Encyclopaedia Britannica, disse que a ação da segurança da Bienal e da Polícia Militar foi "coisa de Primeiro Mundo".
Depois de tirar os visitantes, os seguranças pediram aos funcionários que deixassem o prédio e isolassem os estandes com fitas amarelas.
As pessoas foram se aglomerando nos dois outros pavilhões e na praça de alimentação. Segundo as funcionárias, muitas professoras preferiram levar seus alunos embora.
Crianças que chegavam em outros ônibus ficavam do lado de fora sem saber o que estava acontecendo. "Muita gente foi para longe do prédio, com medo de que tudo explodisse", conta Olga Bueno.
Duas horas depois, os seguranças informaram pelo alto-falante que os funcionários poderiam retornar aos estandes. Em seguida, o pavilhão foi reaberto.
(AURELIANO BIANCARELLI E CASSIANO ELEK MACHADO)

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